Primeiros posicionamentos de novos vereadores têm oração, Shakespeare e queixa sobre espaço

Primeiros posicionamentos de novos vereadores de Juiz de Fora têm oração, Shakespeare e falta de espaço

O 1º Período Legislativo da Câmara Municipal de Juiz de Fora se encerrou no dia 15 de janeiro. Após dez reuniões, os 23 vereadores entraram em recesso e só voltarão a se reunir no dia 14 de fevereiro. 

Ao fim desta primeira etapa, sete dos oito vereadores que entraram na Casa sem serem reeleitos emitiram posicionamentos em reuniões. Vitinho (PSB), o vereador mais votado da história da cidade, foi o único que não se manifestou no Plenário.

Para contextualizar, na 2ª Reunião, as obras de macrodrenagem na cidade foram a pauta principal, motivadora dos discursos. Já na 3ª Reunião, profissionais da enfermagem estiveram presentes no Plenário reivindicando o piso salarial atrasado e também foi debatido um Projeto de Lei para proibir homenagens a violadores de direitos humanos

A seguir, confira as primeiras falas de cada um, resumidas em 700 caracteres, com os principais pontos abordados:

Negro Bússola (PV) – 2ª Reunião (3 de janeiro): “Eu trago uma conclusão de vivência, porque eu faço parte dessa situação. Eu não falo como um romantista, eu falo como protagonista da cena da chuva. Tem uma palavra de Shakespeare que diz: ‘só ri das cicatrizes quem nunca se machucou’. É muito fácil falar quando se está distante, mas quando você está perto, vê a necessidade. (…) Essa questão, por várias vezes, foi anunciada e eu escutei, porque falar é prata, ouvir é ouro e agir é diamante. E quando a prefeita mencionou, na posse, sobre esse recurso, meu coração se alegrou, mas eu quero direcionar à comunidade da Zona Sul, que hoje tem um fiscalizador implacável sobre isso, tem alguém que reside no meio da lama, e o diamante vem da lama.”

Letícia Delgado (PT) – 2ª Reunião (3 de janeiro): “Notícia ruim, a gente lamenta; problema, a gente resolve; e notícia boa, a gente comemora quantas vezes forem necessárias. (…) Eu sou a testemunha viva de como a prefeita Margarida Salomão criou grupos e tentou reorganizar a Prefeitura para lidar com o problema da nossa cidade chamado chuvas. (…) Nenhuma prefeita mentirosa seria reeleita com 53% dos votos, então, o projeto vitorioso não foi o projeto do PT, foi de uma federação, de uma coligação, de vários bairros periféricos. (…) E eu quero dizer, finalmente: a boa relação que a nossa gestão, que o governo da Margarida tem com o governo Federal rende frutos que a gente vai poder ver na população mais vulnerável de Juiz de Fora.”

André Mariano (PL) – 2ª Reunião (3 de janeiro): “Nós vamos ter muito trabalho. Há um texto que diz: ‘qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que virem irão rir dele, dizendo ‘este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’. Quem disse isso foi Jesus. (…) Eu gostaria de pedir a benção de Deus para o nosso trabalho, a nossa cidade, o nosso secretariado, a nossa prefeita porque, com certeza, ela irá precisar. Eu gostaria de, nesses minutos finais, pedir aos colegas vereadores que pudessem ficar de pé e que nós pudéssemos fazer uma oração. Senhor, nosso Deus e pai (…)”.

Roberta Lopes (PL) – 3ª Reunião (6 de janeiro): “Condenado, a gente já tem na presidência. Infração a direitos humanos, a gente vê diariamente, inclusive na nossa cidade, que está embaixo d’água. Os enfermeiros que estão aqui, sem receber. Ditador de estimação, vocês têm. O condenado está indo agora na Venezuela prestigiar um ditador, aí vocês querem só simplesmente reescrever a história e cercear o direito das outras pessoas. É só isso que eu vejo no PT aqui, porque até antes era ‘Viva o SUS’, agora os enfermeiros estão aqui pedindo pelo amor de Deus para poder receber o dinheiro deles, mas aí eu acho muito bonito. Enquanto a Casa deveria estar aqui debatendo o que interessa e as prioridades, a gente está aqui discutindo nome de rua.”

Dr. Marcelo Condé (Avante) – 3ª Reunião (6 de janeiro): “Queria deixar meu testemunho a respeito dos enfermeiros e técnicos de enfermagem de Juiz de Fora. Nós temos que entender que nós só damos valor à vida quando se adoece, e a realidade é a seguinte: nós somos médicos, mas quem carrega o piano são eles. A nossa missão é prescrever, tratar, curar, operar. Mas, dali para a frente, quem fica à noite, à tarde, quem medica, quem troca… quando você tem uma pessoa de idade dentro de um hospital, é que você valoriza um técnico de enfermagem que está pedindo o mínimo. Porque eu acho que devia ser muito mais do que isso, porque a necessidade diz tanto para nós, médicos, com o auxílio deles. Porque, sem eles, pouco eu faria dentro de um hospital”.

João do Joaninho (PSB) – 3ª Reunião (6 de janeiro): “Entrei nessa Casa em 2005, e o espaço físico – em termos de atendimento, de gabinete – é o mesmo, parece que até piorou. Então, eu vejo que a cidade cresce, a população cresce, a necessidade dos usuários em procurar o vereador aumenta, mas eu vejo que a gente está naquele aperto de gabinete. (…) As coisas estão caminhando, eu sei que não depende da gente, mas fica aqui a minha indignação. (…) Eu também quero parabenizar esse dia nobre que é o Dia de Reis. Mudando um pouco a fala, minha posição em termo de política nesse parlamento: eu não sou da esquerda, não sou da direita, sou do povo e, há algum tempo, sou Margarida, sou Cidinha, agora nós temos o nosso vice-prefeito, Marcelo Detoni.”

Fiote (PDT) – 9ª Reunião (14 de janeiro): “Falando da Cemig, a gente liga direto para a Cemig. Tem várias árvores penduradas nos fios. Você liga, é muito difícil. Então, nós temos que pedir, sim, uma reunião com eles aqui, para dar explicações, porque é muito difícil. Porque na hora de atender a gente, para poder cobrar o consumidor, eles cobram, mas na hora de atender o nosso pedido, é muito complicado. Então, em conjunto com o Sargento Mello, também quero pedir essa reunião com eles para poder explicar isso para a gente, porque é tão difícil responder ao consumidor.”

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