Mordida de macaco na Tailândia: o seguro-viagem cobre?

Imagine ser mordido por um macaco durante uma trilha na Tailândia e descobrir que o tratamento necessário pode sair mais caro que a viagem inteira? Quem passou por uma situação do tipo foi influenciadora brasileira Paloma Souza, mordida por um macaco numa praia da Tailândia, que viralizou nas redes sociais nos últimos dias, chamando a atenção para um problema recorrente que tem afetado até a economia do país do Sudeste Asiático: a crescente população desses animais, que estão cada vez mais violentos na busca por comida. 

Após o incidente, Paloma contou em seus perfis nas redes sociais que precisou desembolsar mais de R$ 20 mil em vacinas, remédios e passagens aéreas para antecipar sua volta ao Brasil, devido a uma reação alérgica severa que desenvolveu a partir do tratamento contra raiva recebido na viagem.

Esse caso levanta a questão: como o seguro-viagem pode amenizar o impacto financeiro e emocional de um episódio como esse? Segundo Anna Angotti, gerente de seguros de vida individual e de viagem da Omint, o seguro cobre desde o atendimento médico-hospitalar até medicamentos e vacinas necessárias para estabilizar o quadro do segurado, inclusive o retorno ao país de origem, caso indicado.

“Todos esses serviços estão sujeitos aos limites do capital segurado contratado [valor máximo pago pela seguradora na ocorrência dos riscos previstos no contrato]”, ressalta Angotti. Ou seja, boa parte das despesas de Paloma poderia ter sido arcada pela seguradora, desde que respeitados os limites da apólice (contrato de seguro) contratada.

Como funciona?

Mas, afinal, o que um seguro-viagem cobre? Além de emergências médicas, situações como cancelamento de viagem, extravio de bagagem e até telemedicina com médicos brasileiros estão incluídas em algumas apólices. “Em 2024, vimos que 25% dos nossos clientes optaram por atendimentos via telemedicina”, revela Angotti.

Em casos mais graves, como o de Paloma, a triagem inicial – geralmente realizada por telemedicina – direciona o segurado para o melhor atendimento disponível. “Alguns países recomendam que o primeiro atendimento seja realizado por um clínico geral, que avaliará a necessidade de encaminhar o paciente a um especialista, quando necessário. No entanto, em casos de emergência e dependendo da estrutura e da disponibilidade local, também podemos encaminhar o paciente para especialistas como oftalmologista, pediatra, ortopedista ou ginecologista”, complementa a gerente da Omint.

No caso de Paloma, além da mordida do macaco, houve ainda a dificuldade em conseguir medicamentos no Japão – país onde ela realizou parte do tratamento – onde, segundo ela, as farmácias não aceitavam prescrições internacionais. “Nessas situações, o seguro pode intermediar consultas locais para emitir uma receita válida”, explica Juçara Serrano, diretora de operações da Coris.

No entanto, o seguro-viagem tem suas limitações. De acordo com Serrano, algumas situações não costumam ser cobertas, como atos intencionais que agravam o risco. Por exemplo: ignorar recomendações médicas e a prática de alguns esportes radicais, como exploração de cavernas. “Se a pessoa desrespeita orientações médicas, como repouso, o seguro pode não cobrir complicações decorrentes disso”, ressalta a diretora da Coris.

Quanto custa?

O custo de um seguro-viagem é outro ponto de atenção. As especialistas consultadas recomendam que o viajante pesquise os custos médicos de cada local para escolher o capital segurado mais adequado para sua viagem. Contudo, é recomendável uma cobertura mínima de US$ 100 mil (cerca de R$ 590 mil), que pode custar, em média, cerca de US$ 10 por dia (R$ 59), dependendo do destino e do perfil do viajante.

“Obviamente tem países mais caros, como os Estados Unidos, que é o país mais caro do mundo em saúde, para onde não recomendaria ir sem contratar uma cobertura abaixo de US$ 250 mil (R$ 1,5 milhão)”, exemplifica Serrano.

Outro detalhe importante é a antecedência na contratação. Quanto antes for feito, melhor, já que o seu custo entra no orçamento da viagem e o seguro pode incluir coberturas para imprevistos antes da partida, como cancelamentos de voos. Além disso, avaliar os riscos específicos do destino, como doenças endêmicas ou atividades arriscadas, ajuda a escolher a melhor apólice.

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