Chefe de agência federal dos EUA é enxotada após desafiar a Casa Branca

Agentes de segurança escoltaram a inspetora-geral do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para fora de seu escritório na segunda-feira, depois que ela se recusou a aceitar sua demissão pelo governo Trump, disseram fontes familiarizadas com o caso à Reuters.

Phyllis Fong, veterana com 22 anos no departamento, havia comunicado a colegas que pretendia permanecer no cargo, alegando que a Casa Branca não seguiu os protocolos adequados ao anunciar sua demissão na sexta-feira, segundo as fontes.

Em um e-mail enviado no sábado, revisado pela Reuters, Fong afirmou que o Conselho Independente dos Inspetores-Gerais sobre Integridade e Eficiência declarou que os avisos de demissão “não cumprem os requisitos estabelecidos por lei e, portanto, não são eficazes neste momento.”

A Casa Branca defendeu a demissão de Fong e de outros inspetores-gerais, alegando que “esses burocratas rebeldes e partidários… foram destituídos para dar lugar a indivíduos qualificados que defenderão o Estado de Direito e protegerão a Democracia.”

A inspetoria-geral do USDA tem um amplo escopo de atuação, investigando segurança alimentar, auditorias e violações de leis de bem-estar animal. O USDA tem estado no centro das preocupações com a gripe aviária, que se espalhou entre bovinos e aves e resultou na morte de uma pessoa na Louisiana.

Em 2022, o escritório de Fong iniciou uma investigação sobre a Neuralink, startup de implantes cerebrais de Elon Musk, que ainda está em andamento, segundo fontes. Nos últimos anos, o órgão também investigou casos de maus-tratos a animais em criadouros para laboratórios de pesquisa e o surto de listeria na Boar’s Head, entre outros temas.

Musk investiu mais de 250 milhões de dólares para apoiar a reeleição de Donald Trump em novembro e tornou-se uma figura influente no círculo do presidente.

Fong foi uma das 17 inspetoras-gerais demitidas por Trump na sexta-feira, em um movimento que críticos classificaram como uma “expulsão em massa” de sexta à noite. Em conversa com jornalistas a bordo do Air Force One, Trump justificou as demissões, dizendo que “é algo muito comum de se fazer.” Ele não informou quem ocuparia os cargos vagos.

As exonerações, realizadas menos de uma semana após Trump assumir seu segundo mandato, parecem violar a legislação federal, de acordo com uma carta enviada ao governo pelo Conselho dos Inspetores-Gerais na sexta-feira.

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