“É um desastre”, diz Lindbergh após Copom aumentar taxa de juros para 13,25%

O deputado federal Lindbergh Farias (Pt-JR). Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de aumentar um ponto percentual na taxa básica de juros, elevando a Selic de 12,25% para 13,25%. O acréscimo já era esperado e a autarquia sinalizou que a taxa pode subir ainda mais.

Para o parlamentar petista, a decisão do Copom “é um desastre que pode provocar uma desaceleração excessiva da economia”. Ele ainda aponta que a medida “terá um enorme impacto fiscal” e culpa o ex-presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.

Leia na íntegra:

Esse novo aumento de 1 ponto percentual da Selic é um desastre que pode provocar uma desaceleração excessiva da economia e terá um enorme impacto fiscal.

É inaceitável a armadilha criada por Roberto Campos Neto, que na última reunião do Copom, enquanto presidente do BC, tenha deixado contratados dois aumentos de 1 ponto percentual na taxa Selic.

Gabriel Galípolo não tinha muita alternativa de mudar essa rota, neste primeiro momento, sem criar uma grande crise. O grande desafio da nova gestão do BC é sair dessa armadilha e retomar uma política que permita conciliar o controle da inflação com a manutenção do crescimento econômico e a geração de empregos.

Não há justificativa técnica para um choque monetário dessas proporções. A própria carta enviada por Galípolo em que explica os motivos da inflação de 4,83% aponta que a principal razão do descumprimento da meta foi a alta da taxa de câmbio, que significou um aumento de 1,21 ponto percentual na composição da inflação do ano passado. O peso do suposto “sobreaquecimento da economia” foi de APENAS 0,49 ponto percentual.

O que nós estamos vivendo no Brasil é um terrorismo econômico liderado pelo mercado financeiro que todos os dias fala em “crise fiscal”, “gastança” e “descontrole das contas públicas”. A realidade não é essa!

O Brasil realizou um dos maiores esforços fiscais do mundo.

Nós saímos de um déficit de 2,3% do PIB, em 2023, para 0,1%, em 2024.

Sabe onde tá o descontrole fiscal? Nessa taxa de juros altíssima! Cada 1 ponto percentual a mais na SELIC significa cerca de R$ 55 bilhões de déficit no orçamento público.

No acumulado de 12 meses, até novembro de 2024, o Brasil gastou mais de R$ 837 bilhões com o pagamento de juros da dívida, enquanto o déficit primário do país foi de apenas R$ 14,5 bilhões.

Juros altos só são bons para os rentistas. O aumento dos juros espreme as famílias e as empresas, mata o investimento e compromete o crescimento da economia e o aumento da renda, sem impacto significativo sobre a inflação. Precisamos superar o legado desastroso de Roberto Campos Neto.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.