Reações ao Copom, decisão do BCE, balanço da Apple, Caged, Haddad e mais destaques

As decisões de juros da última quarta-feira vieram dentro do esperado. Nos EUA, a expectativa era de manutenção da taxa de empréstimos pelo Federal Open Market Comittee (FOMC) do Federal Reserve. Por aqui, o aumento de 1 ponto percentual veio, deixando a Selic em 13,25% ao ano, como previa o mercado.

O que chamou atenção, como previsto, foram os comunicados. No texto que acompanhou o anúncio de ontem, o Copom destacou entender que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante.

Foi mantida também a previsão de outra alta, na mesma proporção. “Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, diz o texto.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, por sua vez, teve falas consideradas brandas. Na decisão, autoridades do Fed disseram acreditar amplamente que o progresso na redução da inflação será retomado este ano, mas agora colocaram as taxas em compasso de espera enquanto aguardam dados para confirmá-lo. Apesar de ter dado o benefício da dúvida quanto ao impacto que políticas de Donald Trump trarão na economia, Powell foi criticado pelo presidente.

Trump, criticou o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e o Federal Reserve, o banco central dos EUA, afirmando que eles “falharam em resolver o problema que criaram com a inflação” e fizeram um “trabalho terrível na regulação bancária”.

O presidente fez a crítica no Truth Social, minutos depois de afirmar que não era “apropriado falar sobre a decisão do Fed agora, nesta ocasião”.

É possível esperar mais falas contundentes do presidente nesta quinta-feira, uma vez que será apresentado o PIB dos EUA. Os pedidos de auxílio-desemprego também serão divulgados.

No campo corporativo, o principal destaque será a divulgação do balanço da Apple.

No Brasil, o destaque será a apresentação da pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, além do IGP-M.

O que vai mexer com o mercado nesta quinta

Agenda

A diretoria do Banco Central entra em período de silêncio até a divulgação da Ata da última reunião do Copom.

A agenda do presidente Lula para hoje inclui, às 9h, o compromisso com o Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e o Secretário de Imprensa, Laércio Portela, no Palácio do Planalto. Às 11h, é a vez do Secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza, também no Palácio do Planalto. Às 15h, Lula terá uma reunião com a direção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), também no Planalto. Por fim, às 17h, o Ministro da Educação, Camilo Santana, tem um compromisso agendado.

Já o Ministro Fernando Haddad grava entrevista às 9h, para a RedeTV. A entrevista irá ao ar às 23h45.

Brasil

  • 8h – IGP-M
  • 14h – Caged

EUA

  • 10h30 – Auxílio desemprego
  • 10h30 – PIB

Europa

  • 10h15 – Decisão do Banco Central Europeu

Internacional

Juros mantidos nos EUA

O Federal Reserve manteve a taxa básica de juros inalterada na faixa de 4,25% a 4,50%  nesta quarta-feira e deu poucas informações sobre quando novas reduções nos custos de empréstimos poderão ocorrer em uma economia em que a inflação permanece acima da meta, o crescimento segue firme e a taxa de desemprego é baixa.

O banco central dos Estados Unidos retirou de seu último comunicado de política monetária o trecho que dizia que a inflação “progrediu” em direção à meta de inflação de 2% do Fed, destacando apenas que o ritmo de aumento dos preços “continua elevado”.

Economia

Selic a 13,25%

 O Banco Central decidiu nesta quarta-feira seguir o ritmo de aperto nos juros já previsto ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria, e manteve a orientação de mais uma alta equivalente em março, deixando os passos seguintes em aberto.

“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, afirmou o Comitê de Política Monetária (Copom) em comunicado.

Crédito consignado privado

O governo vai implementar um mecanismo para fortalecer concessão de crédito com desconto em folha do trabalhador privado, disse nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, citando a criação de uma plataforma para comparar taxas de juros oferecidas pelos bancos.

Em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidentes de bancos, Haddad afirmou que todos os trabalhadores formais poderão ser beneficiados.

Juros diferenciados

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira que a pasta estuda implementar taxas de juros diferenciadas para o Plano Safra de 2025, com o objetivo de impulsionar a produção, principalmente de insumos considerados mais importantes.

“Nós vamos fazer, por exemplo, direcionamentos de taxas de juros. Já que nós não temos um orçamento que pode ter taxas de juros muito atrativas para todo o Plano Safra em virtude da Selic tão alta, vamos ver o que é importante, arroz, feijão, hortifrutis, ser mais estimulados”, disse em entrevista a jornalistas no Ministério da Fazenda, após reunião com o chefe da pasta, Fernando Haddad.

Política

Suspensão de fundação do IBGE

O Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) divulgou nesta quarta-feira (29) que suspendeu temporariamente a iniciativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de criação da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do IBGE (IBGE+). De acordo com o MPO, a fundação teria o objetivo de promover o desenvolvimento institucional e ampliar as fontes de recursos financeiros para o IBGE. 

“Frente a esse desafio, estão sendo mapeados modelos alternativos que podem ensejar alterações legislativas, o que requererá um diálogo franco e aberto com o Congresso Nacional”, diz a nota publicada pelo MPO.

Popularidade

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse à Folha de S. Paulo que não há bala de prata para resolver os problemas que levaram à queda na aprovação do presidente Lula.

Padilha expressou a expectativa de que a “parceria” com o Congresso continue após a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, apesar de, nos primeiros dois anos de governo, ter sido marginalizado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Quanto à possível reforma ministerial, que já começou com mudanças dentro do PT — com Gleisi Hoffmann assumindo a Secretaria-Geral da Presidência —, Padilha afirmou que, caso seja remanejado, continuará a contribuir onde Lula achar necessário. “Não cabe ao jogador dizer sim ou não ao técnico”, disse.

Corporativo

Petrobras (PETR4)

A primeira reunião do ano do conselho de administração da Petrobras foi marcada pela ausência da presidente da estatal, Magda Chambriard, e pela saída antes do término do presidente do Conselho, Pietro Mendes. O conselheiro Rafael Dubeux também não participou da reunião.

Na reunião do Conselho da estatal, no Rio, que durou cerca de cinco horas, foi apresentado um relatório para acompanhamento da política de preços de combustíveis da empresa. O documento, segundo pessoas a par do assunto ouvidas pelo Estadão/Broadcast, mostrou que os preços estavam alinhados à estratégia comercial da companhia em 2024 e prosseguem este ano.

(com Reuters, Estadão e Agência Brasil)

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