Aeronaves que colidiram nos EUA falavam em frequências diferentes; entenda

Especialistas consultados pela imprensa americana buscam explicações para a colisão entre um avião comercial com 64 pessoas e um helicóptero militar com três soldados na noite de quarta-feira (29) em Washington, nos Estados Unidos. O acidente levanta dúvidas sobre falhas na comunicação e na separação entre as aeronaves.

A capital americana tem um dos sistemas de controle de tráfego aéreo mais avançados do mundo. Diferente de outros centros, a Torre Washington opera com duas frequências de rádio distintas: uma dedicada a helicópteros e outra para aviões comerciais.

Um vídeo registrou o impacto entre as aeronaves, que resultou na queda do avião no Rio Potomac, próximo ao Aeroporto Nacional Reagan. Até o momento, 19 corpos foram recuperados e não há relatos de sobreviventes. O acidente ocorreu por volta das 21h, horário local, 23h em Brasília.

How does one of the most advanced military helicopters in the world crash directly into a plane with clear conditions? I could understand if it was foggy, heavily snowing, or a rain storm, but it’s a clear night. The Blackhawk flies directly into the American Airlines plane. pic.twitter.com/rHcntD63A8

— Deity (@DopeDeity) January 30, 2025

O especialista Tony Stanton, da Autoridade de Segurança da Aviação Civil da Austrália, disse à CNN que as investigações devem se concentrar na ausência de “separação visual” entre o Black Hawk e o avião comercial. Esse conceito se refere às regras que garantem a segurança das aeronaves no espaço aéreo.

“Está muito claro, observando as trajetórias de voo e as transmissões de rádio, que o Black Hawk foi instruído a manter a separação visual do voo 5342 por alguma razão, e ainda não sabemos qual foi essa razão”, afirmou Stanton. “Essa é uma das questões que eu investigaria. O que impediu a tripulação do Black Hawk de seguir a autorização que recebeu?”.

Para Stanton, os primeiros indícios apontam para uma “barreira de consciência situacional entre os pilotos”. “Nessa situação, o Black Hawk estaria se comunicando com a torre em uma frequência, enquanto o voo 5342 usava outra frequência”, explicou.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, “consciência situacional” é a capacidade de perceber os elementos ao redor dentro de um espaço e tempo específicos, compreender seu significado e antecipar os desdobramentos da situação