Polícia encontra corpo de cuidadora de idosos e apura se há alguma ligação com o caso Vitória

A Polícia Civil investiga se um corpo localizado em uma cachoeira entre Cajamar e Jundiaí, no interior de São Paulo, tem alguma ligação com a morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos. Durante as buscas pela garota, a cuidadora de idosos Edna Oliveira Silva, de 65, foi achada sem vida. A investigação descobriu que a mulher cuidava da mãe do padrasto de Maicol Antonio Sales dos Santos, de 27 anos, que é o único suspeito preso pela morte da jovem até agora.

Conforme a polícia, Edna foi achada sem vida no último dia 1º, mas a suspeita é que ela tenha morrido pelo menos 72 horas antes, o que corresponderia ao mesmo dia em que Vitória desapareceu.

Por enquanto, de acordo com o secretário da Segurança Pública de Cajamar, Leandro Arantes, apenas se sabe que a mulher trabalhava na casa de Maicol, cuidando da mãe do padrasto dele. A investigação busca saber as circunstâncias da morte da idosa.

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Na segunda-feira (10), a polícia informou que uma perícia realizada em um Toyota Corolla, que pertence a Maicol, identificou a presença de manchas de sangue e o material passa por análises.

“O Corolla de Maicol tinha sangue no porta-malas. Tudo leva a crer que possa ser da vítima. Foi encaminhado para um laboratório de DNA. É um processo demorado. É necessário fazer um refinamento. O sangue acaba se misturando com algumas propriedades que estão no local. Entre 30 e 40 dias o laudo estará pronto”, explicou o delegado Luiz Carlos do Carmo, do Departamento de Polícia da Macro São Paulo (Demacro).

O investigador ressaltou que todos os indícios apontam para o fato de que Maicol estava no local onde Vitória desapareceu. “Além disso, ficou comprovada a mentira dele. Ele disse que havia dormido com a esposa. A mulher fala que dormiu na casa da mãe no dia. Vizinhos à residência dele também comentaram que houve uma movimentação anormal naquela noite, com gritos. Vários vizinhos deram esse depoimento”, ressaltou.

Maicol teve a prisão temporária decretada no sábado (8) e, no domingo (9), passou por audiência de custódia, quando permaneceu na cadeia. A Justiça também destacou que as divergências entre e depoimento dele e da esposa motivaram a prisão.

“Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados”, escreveu juíza Juliana Junqueira ao decretar a prisão temporária do suspeito.

A defesa dele não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Morte de Vitória

Vitória foi vista pela última vez no dia 26 de fevereiro. O pai da jovem sempre a buscava de carro no trabalho, mas naquela data o veículo estava em uma oficina e ela teve que voltar de ônibus. Logo que saiu do serviço, Vitória mandou uma mensagem por WhatsApp para uma amiga, quando disse que estava sendo perseguida por dois homens e que estava com medo.

A garota contou que, ao chegar no ponto de ônibus, um dos suspeitos entrou no mesmo coletivo que ela. Foi quando a amiga disse que poderia ser que ele também estivesse indo para casa ou, quem sabe, estivesse mesmo a perseguindo: “Espero que não”, respondeu a adolescente, que sumiu após embarcar no coletivo.

O corpo dela foi achado após uma semana do desaparecimento, com várias marcas de violência. Peritos da Superintendência da Polícia Técnico Científica (SPTC) do estado de São Paulo divulgaram uma série de detalhes sobre os ferimentos que levaram à morte da adolescente.

Conforme a perícia, a garota foi ferida com ao menos três facadas e seu corpo carregava sinais diversos de tortura. Os cortes foram identificados na região do tórax, rosto e pescoço.

Além disso, o corpo da adolescente estava completamente sem roupas e com os cabelos raspados. As condições do corpo da jovem fazem com que as autoridades trabalhem com a hipótese de que o crime tenha motivação por ciúmes ou vingança.

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