Equador escolhe novo presidente em disputa entre direita e esquerda neste domingo

Daniel Noboa e Luisa González. Foto: AFP

Neste domingo (13), os eleitores do Equador retornam às urnas para escolher entre o atual presidente, Daniel Noboa, de centro-direita, e a candidata de esquerda, Luisa González. A eleição acontece em um cenário de profunda crise de segurança, instabilidade política e polarização social, configurando um dos pleitos mais tensos da história recente do país.

A disputa está tecnicamente empatada, segundo as últimas pesquisas. O instituto Comunicaliza aponta Noboa com 50,3% dos votos válidos e González com 49,7%. Já a Telcodata mostra a candidata na frente, com 50,2% contra 49,8% do presidente. Ambos os levantamentos estão dentro da margem de erro, o que torna impossível prever o vencedor e intensifica o clima de incerteza.

Na véspera da votação, Noboa decretou estado de exceção por 60 dias em sete províncias, em Quito e no sistema prisional, justificando a medida com o aumento da violência ligada ao narcotráfico. No mesmo dia, González denunciou a troca de sua equipe de segurança, classificando a ação como irresponsável. O Ministério da Defesa afirmou que os novos agentes estão qualificados.

Luisa González, de 47 anos, é advogada e representa o partido Revolução Cidadã. Se eleita, será a primeira mulher a ocupar a presidência pelo voto direto no Equador. Já Daniel Noboa, de 37 anos, é empresário e herdeiro de um império no setor bananeiro. Ele assumiu a presidência em 2023, após vencer eleições antecipadas provocadas pela dissolução do Congresso pelo ex-presidente Guillermo Lasso.

O Equador vive uma escalada de violência sem precedentes. Localizado entre Colômbia e Peru — os dois maiores produtores de cocaína do mundo — o país se tornou um corredor estratégico para o tráfico. Desde 2023, mais de 30 políticos e autoridades foram assassinados. Mesmo com os militares nas ruas e a declaração de “conflito armado interno”, a criminalidade persiste.

As Forças Armadas do Equador nas ruas durante Estado de Exceção. Foto: AFP

Além da insegurança, a população de cerca de 18 milhões de habitantes enfrenta desafios econômicos severos. O desemprego e subemprego atingem 23% e a pobreza afeta 28% dos cidadãos. A queda na produção de petróleo e o alto endividamento público, que chegou a 57% do PIB, segundo o FMI, agravam ainda mais o quadro.

No campo econômico, os candidatos propõem caminhos opostos. Noboa defende políticas neoliberais e se apresenta como um “líder firme contra o crime”. González aposta em um Estado mais presente, com ênfase em programas sociais. O embate entre os dois simboliza não apenas uma disputa eleitoral, mas um confronto entre dois modelos de país.

Cerca de 13,7 milhões de equatorianos estão aptos a votar entre 7h e 17h (horário local). A eleição definirá não apenas os rumos internos do Equador, mas também seu alinhamento político na América Latina.

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