Estilista brasileira é alvo de racismo e agressão em metrô na Alemanha

Gabriela Monteiro e o esposo. Foto: Reprodução

No último sábado (30), a designer brasileira Gabriela Monteiro, de 34 anos, compartilhou nas suas redes sociais ter sido vítima de um ato racista por parte de um grupo de seis a oito indivíduos em Berlim, na Alemanha, onde reside. Ela relatou também que seu parceiro, Dominik Haushahn, também de 34 anos, foi agredido pelo mesmo grupo durante uma viagem de metrô em 26 de março do ano passado na capital alemã.

O relato do incidente foi registrado em 27 de fevereiro deste ano. Desde então, as autoridades policiais de Berlim estão investigando o ocorrido. Três dos agressores se apresentaram às autoridades na mesma data. “A investigação está em curso”, afirmou a polícia local, em comunicado divulgado em seu portal oficial.

Em um extenso relato nas redes sociais, Gabriela descreveu que ela e Dominik estavam no metrô em direção à estação Alexanderplatz, uma das principais praças da cidade, quando um grupo entrou no vagão e começou a rir e fazer comentários hostis sobre o cabelo e a aparência da brasileira. A estilista mencionou que um dos integrantes do grupo sacou o celular para gravá-la e tirar uma selfie, mas ela se recusou a permitir o registro.

“Quando eu me levantei reiterando minha recusa, todo o grupo começou a nos hostilizar e ameaçar”, relatou Gabriela. Ela afirmou que o homem insistiu em tirar a foto e que, após a terceira tentativa, ela reagiu e tentou pegar o celular da mão dele. “O grupo proferiu comentários agressivos como ‘Em Berlim, as coisas não são assim’”, relatou.

A situação piorou quando o casal chegou à estação Alexanderplatz. Ao desembarcarem do trem, três homens do grupo teriam seguido Gabriela e Dominik pela plataforma da estação e agredido o companheiro da estilista “com socos no rosto até que ele ficasse coberto de sangue”. As agressões só cessaram quando uma pessoa interveio na briga. Gabriela lembrou ainda que duas mulheres do mesmo grupo dos agressores teriam segurado a porta do vagão para que o trio conseguisse escapar.

Gabriela Monteiro. Foto: Reprodução

“Essa covardia que experimentamos foi um crime de ódio com base em raça e gênero e precisa ser reconhecido como tal. Foi o pior momento da minha vida”, escreveu Gabriela na postagem.

De acordo com a estilista brasileira, ela fotografou o grupo e as imagens foram usadas pela polícia para identificar os três agressores que teriam atacado Dominik na plataforma. As fotos de Gabriela e as câmeras de vigilância foram divulgadas na mídia, com as autoridades policiais pedindo à população que fornecesse informações sobre o paradeiro dos suspeitos.

No dia seguinte ao registro do incidente, no entanto, a polícia informou que o trio de agressores se entregou – são dois jovens de 20 anos e um de 23 anos.

No boletim de ocorrência, a polícia de Berlim afirmou que, “conforme as investigações até o momento, um homem de 34 anos e sua esposa, ambos da mesma idade, estavam viajando no metrô U2 em direção a Hermannstrasse por volta das 6h10″ quando foram “insultados e ameaçados por um grupo de seis a oito jovens depois que o homem de 34 anos pediu que sua esposa não fosse fotografada”, conforme descreve a polícia.

“Quando o casal deixou o vagão na estação Alexanderplatz, o homem teria sido agredido várias vezes na cabeça por três membros do grupo na plataforma. Ele sofreu lesões no lábio e no nariz. Somente a intervenção de uma testemunha fez com que os suspeitos cessassem o ataque ao homem de 34 anos. Em seguida, quase todos os membros do grupo teriam fugido de volta para o vagão do metrô e partiram”, relatou a polícia na mesma nota.

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