É seguro comprar materiais escolares pela web sem cair em golpes? Especialista indica cuidados cruciais

As aulas já voltaram nas escolas particulares de São Paulo e logo os alunos da rede pública também retomam suas atividades. Nessa fase, os pais precisam fazer muitas pesquisas para tentar economizar na compra do material escolar e a internet pode ser uma aliada nessa comparação de preços. No entanto, existem alguns cuidados cruciais que devem ser levados em consideração para evitar cair em golpes.

O advogado Francisco Gomes Júnior, especialista em direito digital e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), explicou ao Metro World News que, segundo um levantamento feito pela entidade, o número de crimes digitais praticados em 2024 cresceu 45% em relação ao ano anterior, somando cerca de 5 milhões de fraudes.

Dessa forma, antes de aproveitar a conveniência e descontos das plataformas digitais para comprar os materiais escolares, os pais precisam prestar atenção a alguns detalhes. Eles são importantes para que sejam fornecidos dados pessoais, como informações de pagamento e CPF para a emissão de notas fiscais, sem riscos.

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Confira algumas dicas abaixo:

  • É seguro fornecer meu CPF em lojas e sites de compras?

“Em compras realizadas em lojas físicas, não há obrigação de fornecer o CPF, essa é uma decisão do cliente. Já nas compras online, o CPF é necessário para a emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NFE). O mais importante é fornecer apenas os dados essenciais para a conclusão da transação. Se você perceber que estão solicitando informações excessivas, entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente da empresa ou utilize outro canal de comunicação disponível no site ou aplicativo”, explicou o advogado.

  • Como posso verificar se a empresa é confiável?

“Sempre pesquise a reputação e a idoneidade da empresa na internet. Consulte sites de reclamações de consumidores, Institutos de Defesa do Consumidor ou o PROCON. Além disso, verifique se a razão social, endereço, telefone e CNPJ estão claramente visíveis e acessíveis aos consumidores”, destacou.

  • Quais são os sinais de que um site é seguro?

“Um aspecto importante a considerar é a certificação digital. E-commerces que protegem os dados dos clientes, oferecem segurança nas compras e possuem selos de segurança e certificações digitais (como ISO) são, em geral, mais confiáveis. Outra dica é sempre optar por URLs que apresentem o símbolo do cadeado. Se o cadeado não estiver fechado, os dados podem estar vulneráveis a ataques”, disse Francisco Júnior.

  • Qual é a forma mais segura de realizar o pagamento?

“Os cartões virtuais têm se mostrado grandes aliados dos consumidores, pois possuem códigos e números únicos válidos apenas para aquela transação específica, dificultando o roubo de informações e fraudes. Realizar uma TED ou DOC pode não ser tão rápido quanto um Pix, mas para valores mais altos, pode ser uma opção mais segura, já que requer mais dados para a transferência e permite a reversão da operação”, explicou o presidente da ADDP.

  • Devo confiar em links para pagamento online?

“Os links para pagamentos online são gerados por plataformas de gestão de pagamento em parceria com o comerciante. É importante estar atento à idoneidade do vendedor e à origem do link. Sempre prefira sites que começam com ‘https’ em vez de ‘http’. Além de garantir segurança sobre quem está vendendo, é essencial ter a mesma confiança em seus parceiros de negócios. Utilize sites como Reclame Aqui e o Procon para realizar pesquisas. As plataformas de pagamento com boa reputação são bem conhecidas; se encontrar uma plataforma desconhecida, pesquise sua procedência”.

Materiais de uso coletivo

O advogado explicou, ainda, que muitas escolas exigem a entrega de materiais para uso coletivo. Porém, segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon), é proibido impedir a participação ou permanência do aluno nas atividades escolares caso ele não tenha fornecido o item em questão.

“Indicar marca, modelo ou local para a compra dos materiais escolares também é proibido pelos órgãos de defesa, assim como exigir produtos de limpeza, higiene, administrativos e medicamentos nas listas escolares”, alertou o presidente da ADDP.

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