Ata do Copom, vendas no varejo, CSN, discursos do BC e do Fed: os destaques desta 3ª

Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Nesta terça-feira (12), os investidores devem estar atentos à divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que, embora já tenha anunciado o aumento da taxa Selic de 10,50% para 11,25%, deve trazer mais detalhes sobre os argumentos que embasaram a decisão. A expectativa é que a ata ofereça novos insights sobre as perspectivas econômicas do Banco Central e os possíveis próximos passos da política monetária, em um momento de incertezas sobre a inflação e o crescimento econômico.

Além disso, o mercado também acompanhará a divulgação das vendas no varejo de setembro, um dado importante para medir a saúde do consumo interno. O desempenho do setor será observado de perto, já que reflete o comportamento do consumidor diante da alta de juros e da inflação persistente. A expectativa é que as vendas apresentem um desempenho moderado, dado o cenário de aperto nas condições de crédito e o aumento do custo de vida.

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Para além disso, as divulgações de balanços seguem com força, com resultados de empresas de diversos setores. Entre elas, a Cury (CURY3), Hapvida (HAPV3), BTG Pactual (BPAC11), Raízen (RAIZ4), Rede D’Or (RDOR3) e CSN (CSNA3).

O que vai mexer com o mercado nesta terça

Agenda

Os diretores do Banco Central do Brasil, Otavio Damaso e Renato Dias, participam de um evento da Febraban hoje. Vários membros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) estão previstos para discursar.

O presidente Lula realiza uma série de reuniões ao longo do dia. Primeiro, ele se reúne com o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, às 9h. Depois, tem uma reunião com o Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e o Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. No final da tarde, o presidente se reúne com o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, o Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o Advogado-Geral da União, Jorge Messias.

Brasil

8h – Ata da reunião do Copom
9h – Vendas no varejo (setembro)

EUA

13h – Expectativas de Inflação ao Consumidor (outubro)

Internacional

Equipe do novo mandato

Donald Trump, eleito novo presidente dos Estados Unidos, está formando uma equipe para seu próximo mandato com um critério claro: lealdade incondicional. À medida que seus conselheiros buscam pessoas para os cargos em seu governo, a principal qualidade exigida é a fidelidade sem questionamentos, uma característica que se tornou ainda mais evidente após os conflitos com membros-chave de seu primeiro mandato.

Em consonância com essa estratégia, Trump nomeou Susie Wiles, sua chefe de campanha, para o cargo de chefe de gabinete da Casa Branca e, ao mesmo tempo, descartou a ideia de recontratar figuras como Nikki Haley e Mike Pompeo, que foram críticos de algumas das suas ações.

Otimismo

Os principais índices de Wall Street abriram em máximas recordes ontem, impulsionados pelo otimismo gerado pelos cortes de impostos propostos e pela expectativa de um ambiente regulatório mais favorável após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. O Dow Jones subiu 0,58%, atingindo 44.243,74 pontos; o S&P 500 avançou 0,22%, alcançando 6.008,86 pontos; e o Nasdaq Composite registrou alta de 0,36%, situando-se em 19.355,33 pontos.

Economia

Manifesto contra corte de gastos

O PT, o PDT, o PSOL, e o PCdoB assinaram um manifesto contra o corte de gastos em áreas sociais e com críticas à pressão pela apresentação de um ajuste fiscal por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto foi encabeçado por movimentos sociais ligados ao PT, partido do chefe do Planalto, e foi lançado no domingo, 10 – semana em que o governo pretende apresentar o pacote de contenção de despesas do Orçamento.

Mais um ministério

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que mais um ministério seja incluído no grupo que será afetado pelo pacote de contenção de gastos discutido pelo governo federal.

“O presidente pediu um esforço para incluir um ministério nesse esforço, com uma negociação que deve ser concluída até quarta-feira”, disse Haddad em entrevista a jornalistas na saída da Fazenda.

Corte na Defesa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu incluir o Ministério da Defesa nas discussões do governo sobre o corte de gastos. A pasta, que reúne as três Forças Armadas do país — Exército, Marinha e Aeronáutica — foi chamada para uma reunião com o Ministério da Fazenda, que deve ocorrer na quarta-feira. As informações são do jornal O Globo.

Dólar

Em mais um dia de alta global, o dólar chegou a oscilar acima dos 5,80 reais pela manhã de ontem, mas desacelerou no restante do dia e encerrou a segunda-feira abaixo deste nível técnico, em uma sessão novamente marcada por receios quanto ao retorno de Donald Trump à Casa Branca e pela demora do governo Lula em lançar seu pacote fiscal.

O dólar avançou forte perante o real nas primeiras negociações, em linha com o exterior, à medida que investidores se posicionavam para uma semana repleta de dados, ainda na espera do anúncio de medidas fiscais pelo governo e de olho em novas notícias vindas da China e dos Estados Unidos.

BNDES tem lucro de R$19 bi no ano até setembro

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve lucro líquido de 19 bilhões de reais de janeiro a setembro, valor 31,4% superior ao resultado positivo de um ano antes, informou o banco de fomento nesta segunda feira.

O lucro líquido recorrente nos 9 primeiros meses de 2024 alcançou 9,8 bilhões de reais, alta de 48,5% frente ao mesmo período de 2023.

As consultas para financiamentos somaram em 9 meses 258,9 bilhões de reais, aumento de 30% ante o mesmo período de 2023. Os desembolsos subiram 15%, para 87 bilhões de reais.

Política

Mercado de créditos de carbono

O Senado retoma nesta terça-feira (12) a análise do projeto do marco regulatório para o mercado de crédito de carbono no Brasil (PL 182/2024). A proposta estava na pauta da reunião do último dia 5, mas a votação foi adiada por acordo dos senadores.

Entre outros pontos, o projeto permite que empresas compensem as suas emissões de gases poluentes por meio da compra de créditos vinculados a iniciativas de preservação ambiental.

Reforma tributária na saúde

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve se dedicar ao debate sobre a regulamentação da reforma tributária nesta terça-feira (12). Às 10h, a CCJ debaterá os efeitos da reforma tributária na saúde. O projeto, que será votado na CCJ antes de seguir para o Plenário, prevê que medicamentos e alguns dispositivos médicos e para pessoas com deficiência terão uma incidência menor dos novos tributos — a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O mesmo ocorrerá com serviços de saúde e planos de saúde.

Às 14h30, está prevista outra audiência pública para ouvir representantes de instituições financeiras sobre os impactos do PLP 68/2024 no setor, que será regido por regras especiais. Entre os temas serão abordadas apostas e o mecanismo de split payment, que permitirá o recolhimento automático do tributo quando uma compra for feita, por meio da integração entre meios de pagamento e nota fiscal.

Fim da escala 6×1?

Diante da grande repercussão nas redes sociais nos últimos dias, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a jornada de trabalho no sistema 6×1 (seis dias de trabalho por um de descanso) já ultrapassou as 100 assinaturas e pode alcançar, ainda nesta semana, o número mínimo de 171 apoios necessários para começar a tramitar no Congresso Nacional. A avaliação é da autora do texto, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).

Corporativo

Itaúsa (ITSA4)

 A holding Itaúsa (ITSA4) registrou lucro líquido recorrente de 3,9 bilhões de reais no terceiro trimestre, crescimento de 13,4% ano a ano, conforme relatório de resultados apresentado nesta segunda-feira.

A companhia, que tem em seu portfólio empresas como Itaú Unibanco, Alpargatas, Dexco e CCR, atribuiu o desempenho ao “reflexo dos resultados crescentes de todas as empresas do portfólio e de melhores resultados financeiros da holding”.

(com Reuters, Estadão e Agência Senado)

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