O que o Marketing e a Nasa têm em comum?

Na última semana, tive a oportunidade de assistir à palestra de Frank da Costa, Gestor Global de Vendas e Marketing da Nasa, que veio ao Brasil em evento promovido pelo Instituto Suardi para compartilhar sua visão sobre o papel do marketing na agência espacial.

Confesso que não esperava tanto, até porque sempre imaginamos a Nasa como sinônimo de ciência, tecnologia de ponta e grandes conquistas espaciais. Mas o que talvez não saibamos é que, por trás dessas missões épicas, existe também uma aula de marketing e storytelling que qualquer empresa pode aproveitar.

Da corrida espacial à transformação para a humanidade

Para entender o impacto da agência hoje, é interessante lembrar como a Nasa começou. Nos anos 60, durante a corrida espacial, a Nasa concentrava seus esforços em uma única missão que era de vencer a União Soviética e levar o primeiro homem à Lua.

Naquela época, o foco estava em provar o poder e a capacidade científica dos Estados Unidos, com pouco ou nenhum benefício direto para a vida das pessoas comuns. Era uma era de disputas, onde os avanços da Nasa eram vistos como conquistas do país, mas não necessariamente como inovações para a humanidade.

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A virada ocorreu quando a Nasa começou a perceber que o verdadeiro legado da exploração espacial ia além da vitória política. Na transição dos anos 70, a agência passou a investir em pesquisas e tecnologias que não só avançariam na exploração espacial, mas também trouxessem inovações tangíveis para a vida na Terra.

Foi aí que surgiram tecnologias que transformaram setores como saúde, comunicação e segurança, mudando radicalmente a forma como a Nasa era vista.

Nasa e o poder de contar histórias

Quando pensamos na Nasa, logo nos lembramos de imagens icônicas como a chegada do homem à Lua e a exploração de Marte. Essas imagens marcam gerações não só pelo avanço científico, mas porque foram contadas como grandes histórias. A transformação das missões em narrativas inspiradoras que despertam emoções e criam conexões é um dos segredos do sucesso da agência. Como Frank explicou, na Nasa cada missão espacial não é só uma operação técnica, mas uma história que emociona, desafia e inspira.

Para quem trabalha com marketing, como eu, fica claro que é isso que faz o storytelling tão poderoso. Ele não é apenas uma forma de “contar histórias”, mas de envolver o público com aquilo que você faz de forma autêntica e emocional.

Imagine, por exemplo, uma marca de roupas que, em vez de só vender produtos, conta a história por trás de cada coleção, ou uma startup que compartilha sua missão de transformar a sociedade com cada inovação. Quando o storytelling é bem feito, ele gera empatia e lealdade — exatamente como a Nasa faz ao compartilhar suas conquistas com o mundo.

Muito além do espaço

Uma parte incrível da palestra foi entender como a Nasa utiliza tecnologia que transcende as fronteiras do espaço e chega até nossa vida cotidiana, inclusive na saúde. E, como Frank destacou, isso faz parte da evolução do propósito da Nasa, que é ser uma força transformadora para a humanidade, além de explorar o espaço.

Hoje, várias inovações médicas nasceram por causa das pesquisas da Nasa, desde sensores cardíacos até oxímetros e materiais de esterilização, ajudando profissionais de saúde a salvar vidas aqui na Terra. Ou seja, o impacto das pesquisas da Nasa vai muito além de Marte ou da Lua, mostrando como o espaço está mais próximo do que pensamos.

Esse é um exemplo valioso para as empresas, que mostra que mesmo quando sua atividade parece distante da vida das pessoas, ela pode, sim, fazer a diferença no dia a dia delas. E mais do que isso, pode contar essa história, deixando claro como suas inovações e soluções impactam positivamente o mundo.

Parcerias que alcançam estrelas

A Nasa tem parcerias essenciais que reforçam suas missões, sendo as colaborações com empresas como SpaceX e Boeing exemplos chave de como alianças estratégicas podem acelerar avanços tecnológicos e explorar novos limites da exploração espacial.

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A parceria com a SpaceX, liderada por Elon Musk, tem sido notável, especialmente com o sucesso do Crew Dragon, que vem substituindo o Starliner da Boeing em missões importantes, incluindo lançamentos tripulados e reabastecimento da Estação Espacial Internacional (ISS). Essas colaborações com SpaceX trouxeram uma nova fase para o programa espacial dos EUA, tornando missões regulares e seguras para astronautas uma realidade mais próxima.

Apesar dos desafios e atrasos enfrentados pelo Starliner, a Nasa continua buscando o apoio da Boeing, uma vez que diversificar seus parceiros ajuda a reduzir riscos operacionais e a garantir que diferentes tecnologias estejam disponíveis em casos de falhas. A competição e a cooperação entre SpaceX e Boeing ilustram a importância de a Nasa manter múltiplos fornecedores para garantir o acesso sustentável e seguro ao espaço. No entanto, a parceria com SpaceX tem se intensificado em parte devido à capacidade comprovada da empresa de Musk em cumprir prazos e manter altos níveis de desempenho técnico.

Essa estratégia da Nasa é um exemplo poderoso para quem quer pensar grande e transformar o seu mercado. Parcerias estratégicas vão além de simples acordos, elas são chances reais de unir inovação e conhecimento técnico para enfrentar desafios complexos com muito mais potência.

Quando organizações optam por parcerias estratégicas, elas não apenas ganham acesso a tecnologias de ponta e especialização, mas também somam forças para transformar sonhos em conquistas. Afinal, sozinho se vai rápido, mas é junto que se alcança o mundo — com a inovação como elo, cada parceiro fortalece sua base, reduz riscos e multiplica o impacto de maneira significativa.

O que profissionais de marketing podem aprender com a Nasa

A lição que ficou para mim, e que compartilho com vocês, é que a Nasa nos ensina a importância de contar nossas próprias histórias, independente do setor. Para os profissionais de marketing, a mensagem de Frank foi clara que até os temas mais complexos e distantes podem emocionar e engajar. Para marcas que querem ser lembradas, a chave é transformar seus feitos em histórias que as pessoas queiram acompanhar, compartilhar e, principalmente, fazer parte.

Na próxima vez que você pensar em um post ou campanha, leve em consideração o ponto principal de Frank sobre inspirar e inovar. Pergunte-se “De que maneira minha marca pode ser uma força inspiradora e trazer algo realmente novo para o meu público?” A lição que a Nasa nos dá é que, quando apostamos em inovação e inspiração, deixamos marcas verdadeiras e profundas. Afinal, esse é o impacto que permanece na memória e no coração das pessoas.

Observação: Ao final da palestra, Frank da Costa afirmou: “A Nasa não utiliza IA.”

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