PF: delação de Gritzbach revela os elos da cúpula da Polícia Civil com o PCC

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach. Foto: Divulgação

Mensagens enviadas pelo policial civil Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como Xixo, revelaram um possível esquema de corrupção envolvendo a cúpula da Polícia Civil e o traficante Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). As mensagens, apreendidas pela Polícia Federal (PF), sugerem que membros da corporação se beneficiavam financeiramente das atividades criminosas de Cara Preta.

Em uma das mensagens enviadas em 2021, Xixo comentou sobre a morte de Cara Preta, afirmando: “Quebraram o cofrinho. A DGP [Delegacia Geral da Polícia Civil] é que vai ficar triste”. Essa expressão é entendida como uma referência ao impacto financeiro para a polícia com a morte do traficante, indicando que a delegacia poderia perder um fluxo de dinheiro proveniente do crime organizado.

A investigação revelou que agentes da Polícia Civil, citados por um empresário delator, são acusados de subornar colegas para interromper investigações contra o PCC e de repassar informações confidenciais sobre operações policiais para membros da facção.

Mensagens enviadas por Xixo e apreendidas pela PF. Foto: Fotomontagem

Além disso, há acusações de lavagem de dinheiro através da compra de imóveis com os valores recebidos da propina. Em uma reviravolta, o empresário Gritzbach negociou uma delação premiada enquanto era investigado como suposto mandante do assassinato de Cara Preta.

Durante seu depoimento, Gritzbach alegou que investigadores do caso pediram R$ 40 milhões em troca de serem removidos da lista de indiciados, reforçando as acusações de suborno envolvendo membros da Polícia Civil. O delator também revelou o desaparecimento de bens apreendidos, como relógios de luxo, que poderiam ser usados como parte do esquema de lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal segue com a investigação para apurar a extensão do envolvimento de agentes da Polícia Civil com o tráfico de drogas e o PCC, além de investigar o possível uso de bens apreendidos para ocultar os lucros do crime. A operação levantou questionamentos sobre a integridade das investigações e o grau de infiltração do crime organizado nas forças de segurança pública.

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