Israel aprova cessar-fogo e bombardeia Gaza antes da implementação no domingo

Israel aprovou neste sábado um acordo de cessar-fogo com o grupo militante palestino Hamas que envolve a libertação de reféns na Faixa de Gaza, e as forças israelenses bombardearam o pequeno enclave antes do início do acordo, previsto para domingo.

O acordo deve interromper uma guerra de 15 meses entre Israel e o Hamas, matando cerca de 47.000 palestinos e 1.200 israelenses e desestabilizando o Oriente Médio.

Na madrugada de sábado, depois de se reunir por mais de seis horas, o gabinete israelense ratificou o acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, que deve interromper os combates e permitir a libertação, ao longo de várias semanas, de dezenas de reféns mantidos pelo Hamas em troca de dezenas de palestinos nas prisões israelenses.

“O governo aprovou o plano para o retorno dos reféns. O plano para a libertação dos reféns entrará em vigor no domingo”, disse o gabinete de Netanyahu em um breve comunicado.

Em Gaza, os aviões de guerra israelenses mantiveram ataques pesados desde que o acordo foi firmado e continuaram a bombardear o território no sábado.

Tanques israelenses bombardearam o bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, e ataques aéreos atingiram o centro e o sul da Faixa de Gaza, segundo moradores. Médicos em Gaza disseram que cinco pessoas foram mortas em um ataque aéreo que atingiu uma tenda na área de Mawasi, a oeste da cidade de Khan Younis.

Pelo menos 123 palestinos já foram mortos por bombardeios israelenses desde que o acordo de cessar-fogo foi anunciado na quarta-feira, informou o Serviço de Emergência Civil da Palestina.

Os militares israelenses disseram que realizaram ataques a 50 “alvos terroristas” na Faixa de Gaza na sexta-feira e não responderam imediatamente a perguntas sobre suas ações no sábado.

Sirenes soaram em Jerusalém e Tel Aviv no sábado. Os militares disseram que abateram um míssil disparado do Iêmen e não mencionaram nenhuma vítima. O grupo Houthi, que controla grande parte do Iêmen, indicou que lançaria ataques contra Israel caso o país “violasse” o cessar-fogo.

A guerra de Gaza – que começou quando o Hamas realizou o ataque mais devastador da história de Israel em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas no sul de Israel – desencadeou uma série de outros conflitos menores no Oriente Médio.

Israel começou a bombardear Gaza imediatamente e logo entrou em conflito com o Hezbollah libanês, um aliado do Hamas apoiado pelo Irã, que acabou invadindo o sul do Líbano e matando a maioria dos principais líderes do Hezbollah.

Os Houthis do Iêmen, também apoiados pelo Irã, desde o início da guerra de Gaza, realizaram centenas de ataques contra o que dizem ser navios de carga ligados a Israel que viajam pelo Mar Vermelho e dispararam vários mísseis contra o território israelense.

Israel respondeu bombardeando o Iêmen. Israel também matou vários oficiais de alto escalão do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, a força militar de elite do Irã, muitos deles em ataques ao território sírio, incluindo o complexo da embaixada iraniana em Damasco no ano passado.

REFÉNS SERÃO LIBERTADOS NO DOMINGO

Não está claro se o fim dos combates em Gaza ajudaria a acalmar as tensões regionais mais amplas. Se for bem-sucedido, segundo alguns observadores, poderá aliviar as hostilidades em outras partes do Oriente Médio.

O cessar-fogo entrará em vigor às 3:30 de domingo, pelo horário de Brasília, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar postou no X. A Casa Branca espera que três reféns do sexo feminino sejam libertadas para Israel à tarde por meio da Cruz Vermelha.

De acordo com o plano, o cessar-fogo em três etapas começa com uma fase inicial de seis semanas, quando os reféns mantidos pelo Hamas serão trocados por prisioneiros e detentos presos em Israel.

Trinta e três dos 98 reféns israelenses restantes, incluindo mulheres, crianças, homens com mais de 50 anos e prisioneiros doentes e feridos, devem ser libertados nessa fase. Em troca, Israel libertará quase 2.000 palestinos de suas prisões.

Isso inclui 737 prisioneiros homens, mulheres e adolescentes, alguns dos quais são membros de grupos militantes condenados por ataques que mataram dezenas de israelenses, bem como centenas de palestinos de Gaza detidos desde o início da guerra.

O Ministério da Justiça de Israel publicou detalhes no início do sábado, juntamente com o acordo de cessar-fogo, que dizia que 30 prisioneiros palestinos seriam libertados para cada mulher refém no domingo.

Após a libertação dos reféns no domingo, segundo o negociador-chefe dos EUA, Brett McGurk, o acordo prevê a libertação de mais quatro reféns do sexo feminino após sete dias, seguida pela libertação de três reféns a cada sete dias a partir de então.

Com a oposição ao acordo por parte de alguns membros da linha dura do gabinete israelense, a mídia informou que 24 ministros do governo de coalizão de Netanyahu votaram a favor do acordo, enquanto oito se opuseram.

Os oponentes disseram que o acordo de cessar-fogo representava uma capitulação ao Hamas. O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaçou se demitir caso o acordo fosse aprovado e pediu aos outros ministros que votassem contra.

O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, também ameaçou deixar o governo se ele não voltar à guerra para derrotar o Hamas após a primeira fase de seis semanas do cessar-fogo.

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