Cidades e estados brasileiros se articulam para proibir armas de gel

Quatro cidades de Pernambuco, Paulista, Caruaru, Olinda e Limoeiro, já proibiram a venda e distribuição de armas de gel, também conhecidas como gel blasters, em resposta a uma série de acidentes envolvendo o uso desses artefatos.

O fenômeno, que se popularizou entre crianças e adolescentes, começou a ser combatido em dezembro do ano passado, com projetos de lei semelhantes sendo apresentados em assembleias de pelo menos sete estados brasileiros.

As armas de gel, que chegaram ao Brasil importadas da China e se tornaram populares no último ano, são movidas à eletricidade e utilizam bolinhas de gel como munição. A popularidade dos gel blasters foi impulsionada por vídeos nas redes sociais que mostram batalhas entre grupos.

No entanto, um incidente grave envolvendo uma criança de 8 anos, em Paulista (PE), que sofreu uma hemorragia ocular durante uma brincadeira, chamou a atenção das autoridades para os riscos associados ao uso inadequado desses equipamentos.

De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), as armas de gel não são consideradas brinquedos e se assemelham a equipamentos de airsoft e paintball, que são regulados por legislação específica.

O uso indevido dessas armas pode levar a infrações, como lesão corporal e perturbação do sossego. Após a proibição nas cidades pernambucanas, as autoridades locais relataram uma diminuição nos casos de acidentes.

Além das proibições locais, projetos de lei para regulamentar ou proibir as armas de gel estão em discussão em várias assembleias legislativas, incluindo as do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

As autoridades locais têm agido em casos de comercialização irregular, considerando as gel blasters como réplicas de armas de fogo, o que infringe o Estatuto do Desarmamento. Enquanto isso, proprietários de lojas especializadas argumentam que, se usadas corretamente e com os devidos cuidados, as armas de gel não representam riscos.

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