Uma celebração de periféricos no império. Por Luis F. Miguel

Comitiva bolsonarista e Paulo Figueiredo (de óculos) nos Estados Unidos. Foto: Reprodução

“O patriotismo é o último refúgio do canalha”, escreveu Samuel Johnson.

Mas, vendo a bancada bolsonarista passando vergonha em Washington, concluí que o pináculo da canalhice é o patriotismo da nação alheia.

Jair, vocês lembram, batia continência para a bandeira dos Estados Unidos. Em outra ocasião, igualmente memorável, diante de um Trump que passava e que ignorava solenemente sua presença, gritou um “I love you” – gastando, assim, todo seu conhecimento do idioma de Taylor Swift.

Agora, ficou chorando no aeroporto, enquanto Michelle, como disse um jornalista da Folha, “partia para um evento para o qual não fora convidada”.

Os mais sortudos da comitiva brasileira conseguiram entrar no baile da terceira divisão (a festa oficial da posse é segregada em três bailes separados). Os outros tiveram que se limitar a beber nos bares da capital estadunidense e a postar fotos e vídeos falsos para fingir que eram muito prestigiados. (As agências de checagem de fatos trazem uma grande quantidade de desmentidos).

Ajoelham-se diante de um país que nos explora e idolatram um líder que nos despreza. Por deslumbramento, por estupidez, mas também porque esperam ganhar migalhas, sendo os capatazes do quintal chamado Brasil.

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