“Déficit de 0,1% é zero”, diz Lula ao garantir “estabilidade fiscal” em 2025

O presidente Lula durante entrevista no Planalto. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil registrou um déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, valor dentro da margem prevista pelo governo. Em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, o petista garantiu ter “muita responsabilidade” com as contas públicas e minimizou o impacto do resultado fiscal.

“O que aconteceu com o déficit? 0,1% [do PIB] é zero. E vai ser assim. Tenho muita responsabilidade”, declarou Lula. “A gente quer responsabilidade fiscal e o menor déficit possível porque quer que esse país dê certo. Se fizer dívida, é para ativo novo que faça esse país melhor”, acrescentou.

Embora o resultado fiscal oficial ainda não tenha sido divulgado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, já afirmaram que a meta foi cumprida. O arcabouço fiscal do governo estabelecia um déficit zero para 2024, com uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB.

Lula também afastou a possibilidade de novas medidas fiscais para equilibrar as contas públicas. “Não tem outra medida fiscal. Se, durante o ano, surgir a necessidade de fazer algo, vamos reunir. Mas, se depender de mim, não tem outra medida fiscal”, enfatizou.

A posição do presidente contrasta com declarações recentes de sua equipe econômica. Na semana passada, Rogério Ceron admitiu que o governo já estuda novas ações para garantir o equilíbrio fiscal em 2025. Já Haddad afirmou, em dezembro, que o corte de gastos é um processo contínuo e que “não se encerra”.

Apesar das divergências internas, Lula também saiu em defesa de Haddad, criticado por setores do mercado financeiro e lideranças políticas. “As pessoas deveriam pedir desculpa ao Haddad. Mas não pedem, porque quem fala coisas erradas não tem humildade para reconhecer que errou”, disse o presidente.

Na quarta-feira (29), o presidente do PSD, Gilberto Kassab, declarou que Haddad “não consegue se impor” no governo e classificou sua gestão como um indicativo ruim para a economia do país.

Ao comentar o déficit fiscal, Lula destacou que o governo anterior encerrou o mandato com um rombo de quase 2,6% do PIB e defendeu que seu governo apresentou resultados significativamente melhores, mesmo diante de eventos extraordinários como as enchentes no Rio Grande do Sul.

“Não existiu rombo fiscal. No governo passado, houve um rombo de quase 2,6%. No nosso, não houve. Aliás, se não fosse [as enchentes no] Rio Grande do Sul, nós teríamos feito superávit”, afirmou.

“Eu já fui presidente e cheguei a fazer superávit de 4,25%. Agora, o que eu não posso é levar o povo mais humilde a um sacrifício para contemplar os interesses de menos gente. Não vou fazer, e o povo sabe que a estabilidade fiscal é benefício para ele”.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.