Erro de voo de militares pode ter causado acidente aéreo nos EUA, diz investigação

As investigações sobre o acidente fatal entre um helicóptero militar Black Hawk e um avião comercial da American Airlines próximo ao Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, apontam que a aeronave do Exército pode ter voado acima da altitude permitida e fora da rota designada. Além disso, especialistas destacam falhas na tripulação do helicóptero e problemas no controle de tráfego aéreo.

Um avião com 60 passageiros e quatro tripulantes colidiu com um helicóptero do Exército americano na quarta-feira (29). O acidente ocorreu em um dos espaços aéreos mais controlados e monitorados do mundo, a pouco mais de 5 quilômetros da Casa Branca e do Capitólio dos EUA. Todos os passageiros e tripulantes morreram.

Erro de altitude pode ter sido determinante

De acordo com fontes ouvidas pelo New York Times, o Black Hawk voava a uma altitude superior a 200 pés, o limite estabelecido para sua operação naquela área. Além disso, pode ter se desviado meio milha da rota autorizada. A diferença de altitude entre a trajetória do helicóptero e a do avião comercial era de apenas 350 pés, o que significa que qualquer desvio poderia resultar em um acidente, segundo o analista de aviação da CNN, Miles O’Brien.

Tripulação insuficiente comprometeu visibilidade

Outra falha apontada foi a composição reduzida da tripulação do helicóptero. A ex-piloto de Black Hawk Elizabeth McCormack afirmou que, com apenas três tripulantes, a equipe não tinha capacidade suficiente para garantir total visibilidade da aeronave no espaço aéreo congestionado da região de Washington.

“Você só tem visibilidade de 180 graus à frente. Os chefes de tripulação precisam limpar a parte traseira. Se você tem apenas um chefe de tripulação, quanta área pode ser monitorada? Acho que isso foi um problema crítico”, explicou McCormack.

Controle de tráfego operava com equipe reduzida

Outro fator que pode ter contribuído para a tragédia foi o fato de apenas um controlador de tráfego aéreo estar responsável tanto pelos aviões quanto pelos helicópteros no momento do acidente. Normalmente, essa função é dividida entre dois profissionais no Aeroporto Nacional Reagan. Segundo um funcionário do setor, essa prática não é incomum em períodos de menor movimento, mas pode aumentar os riscos em um espaço aéreo movimentado.

Além disso, registros da CNN indicam que ocorreram pelo menos dois incidentes nos últimos três anos em que aviões comerciais tiveram que realizar manobras de emergência para evitar colisões com helicópteros na mesma área.

Confusão com luzes pode ter levado a erro fatal

Especialistas em aviação também levantam a hipótese de que o piloto do helicóptero tenha confundido um brilho mais intenso no céu com o avião da American Airlines.

“Quando olhei pela primeira vez para o vídeo, foquei na luz em movimento, não na fixa, que na verdade não era fixa, mas parecia assim dependendo da perspectiva. Há preocupação de que o piloto do helicóptero possa ter se concentrado na luz errada e confundido a posição do avião que deveria estar monitorando”, afirmou Mary Schiavo, ex-inspetora-geral do Departamento de Transportes dos EUA.

A investigação segue em andamento, e as autoridades ainda não divulgaram um relatório final sobre as causas do acidente.

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