Funcionários de prefeituras de SP eram subornados por integrantes do PCC para vencer licitações, diz MP

Ministério Público de São Paulo. Foto: reprodução

O Ministério Público de São Paulo descobriu que o PCC estava envolvido em um esquema de pagamento de propinas a funcionários de prefeituras paulistas, visando manipular processos licitatórios a favor da organização criminosa. A descoberta ocorreu após promotores encontrarem evidências em dispositivos eletrônicos de indivíduos ligados ao PCC, conforme informações do G1.

Um dos documentos encontrados foi a redação de um edital para contratar uma empresa especializada em serviços para escolas e creches na prefeitura de Ferraz de Vasconcelos, onde algumas cláusulas foram ajustadas para favorecer os interesses dos criminosos.

Mensagens de texto também revelaram a intenção explícita de manipular editais, como no caso da licitação da prefeitura de Mogi das Cruzes.

O esquema fraudulento abrangia 18 cidades da Região Metropolitana de São Paulo, da Baixada Santista e do interior, resultando em contratos que ultrapassavam os R$ 200 milhões nos últimos anos.

Vale destacar que, na última semana, 15 mandados de prisão foram cumpridos, incluindo três vereadores, enquanto o empresário Vagner Borges Dias, apontado como líder do esquema, permanece foragido.

Cantor de pagode com quase 1 milhão de seguidores liderava fraude de licitações do PCC
Vagner Borges Dias. Foto: reprodução

Investigações revelaram que Vagner administrava diversas empresas em nome de laranjas, simulando concorrência para garantir contratos públicos lucrativos. Seu celular continha imagens de armas, munições e evidências de ocultação de dinheiro.

Além disso, descobriu-se que empresas vinculadas a ele tinham membros do PCC em sua estrutura societária, como o caso de Márcio Zeca da Silva, já condenado por participação em atividades criminosas anteriores. A Operação Munditia também identificou funcionários públicos recebendo propinas para favorecer as empresas de Vagner.

Em uma das mensagens, uma servidora da prefeitura de Cubatão (SP) solicita dinheiro ao empresário, indicando o pagamento de propina. “Não esquece de mim, disse ela. Vagner, então, responde: “Manda o PIX”.

A prefeitura de Cubatão afirmou ter exonerado a servidora e estar cooperando com as investigações do Ministério Público.

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