Itaú desacelera crédito com possível alta da inadimplência no ano, diz analista da XP

Agência do Itaú

Conteúdo XP

O que chamou mais a atenção no balanço do Itaú (ITUB4) não foi exatamente o desempenho no quarto trimestre de 2024 (4T24), mas as estimativas do banco para 2025. A instituição financeira divulgou nesta terça (5) à noite o resultado do último trimestre de 2024, com previsões comedidas para esse ano.

Bernardo Guttmann, head do setor financeiro da XP, participou nesta quinta (6) do Morning Call da XP, e disse que o guidance apresentado pelo Itaú no balanço do 4T24 passou “uma mensagem de conservadorismo no crédito para 2025”.

“A carteira deve crescer entre 4,5% e 8,5% esse ano, inferior aos 10% de 2024, excluindo a variação cambial”, disse. Mas ele complementou que não considerou a projeção uma “surpresa”, conforme também destacado pela XP em relatório.

Cautela

“Achamos que é uma abordagem prudente. Há preocupação com o PIB e a inflação, que afetarão em maior medida as famílias ao longo do ano. Isso justifica essa maior cautela e a desaceleração nessa concessão de crédito para o ano. Além disso, a alta de juros deve começar a impactar mais forte na inadimplência a partir do segundo semestre”, analisou.

Para Guttmann, “o banco entra num ciclo mais desafiador, mas com posicionamento diferenciado em relação aos demais bancos, com uma inadimplência baixa e uma diversificação e negócios que traz resiliência”.

Sobre o resultado do Itaú no 4T24, ele disse que a instituição financeira apresentou mais um trimestre sólido. “Em linha com nossas estimativas, sem grandes surpresas”, afirmou.

O analista da XP ressaltou que o banco fez um movimento grande de redução de risco, principalmente de pessoas físicas, contraindo o portfólio e mudando o mix de produtos. Isso resultou em crescimento nessa linha.

Crédito com menor risco

“Houve uma aceleração do portfólio de crédito, depois de um início de ano um pouco mais fraco. O banco conseguiu entregar uma evolução sequencial nessa originação, crescendo 15% ano contra ano, ou 10% desconsiderando a variação cambial”, explica. Isso superou o guidance do banco, impulsionado muito pelo segmento de pessoa jurídica, apontou.

“A margem financeira com o cliente cresceu um pouco menos, 7% no ano, refletindo uma carteira com mix de crédito de menor risco, assim como a carteira pessoa física também crescendo menos e com mix de produtos de menor risco”, explicou.

Bernardo Guttmann destacou ainda no balanço do 4T24 do Itaú a qualidade de crédito. “A inadimplência acima de 90 dias já estava num patamar confortável e caiu um pouco mais. Ficou em 2,4%. Ainda com uma boa folga em relação ao sistema financeiro nacional”, disse. Segundo o analista, a inadimplência atingida pelo banco é a menor em 13 trimestres seguidos.

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