Hamas indica novos reféns a serem libertados após acusar Israel de violar cessar-fogo

O Hamas anunciou nesta sexta-feira os nomes de três reféns israelenses que serão libertados no sábado em troca de prisioneiros palestinos, após um atraso que destacou os obstáculos que pairam sobre um frágil acordo destinado a pôr fim à guerra em Gaza.

Ohad Ben Ami e Eli Sharabi, ambos feitos reféns no Kibbutz Be’eri durante o ataque transfronteiriço liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, e Or Levy, sequestrado naquele dia no festival de música Nova, serão entregues no sábado, disse o Hamas.

O escritório de mídia dos prisioneiros do Hamas informou que Israel deve libertar 183 palestinos em troca, incluindo 18 que cumprem penas de prisão perpétua, 54 que cumprem penas longas e 111 que foram detidos na Faixa de Gaza durante a guerra.

Anteriormente, o grupo militante palestino acusou Israel de violar o acordo de cessar-fogo e adiou o anúncio dos nomes dos três israelenses até o fim do prazo das 16h (horário local). Não ficou imediatamente claro se o atraso afetaria a troca programada para sábado.

O Hamas acusou Israel de atrasar a entrada de centenas de caminhões que transportavam alimentos e outros suprimentos humanitários, conforme o acordo de trégua que entrou em vigor em 19 de janeiro, e de reter quase todas as barracas e casas móveis necessárias para fornecer abrigo às pessoas que retornavam às suas casas bombardeadas.

“Isso demonstra uma clara manipulação das prioridades de ajuda e abrigo”, disse o Hamas em um comunicado.

A COGAT, agência militar israelense que supervisiona as entregas de ajuda a Gaza, negou a acusação e advertiu que Israel “não toleraria violações por parte do Hamas”.

A disputa eleva ainda mais a incerteza em torno do cessar-fogo que já havia aumentado após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, nesta semana, de que ele espera que Gaza seja controlada pelos Estados Unidos.

Trump disse na terça-feira que quer transferir a população de Gaza para um terceiro país, como Egito ou Jordânia, e colocar o pequeno enclave costeiro sob o controle dos EUA para ser transformado na “Riviera do Oriente Médio”.

A declaração destacou a fragilidade do acordo alcançado no mês passado com mediadores de Egito e Catar e apoiado pelos Estados Unidos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, endossou a visão de Trump para Gaza como uma proposta “notável”, mas o plano foi imediatamente rejeitado por países árabes, grupos palestinos, incluindo o Hamas e a Autoridade Palestina, e muitos habitantes de Gaza, que disseram que reconstruiriam suas casas e restaurantes por conta própria.

Até o momento, 13 reféns israelenses dos 33 idosos, crianças e mulheres que deveriam ser libertados na primeira fase de 42 dias do acordo voltaram para casa, e centenas de detentos palestinos foram libertados em troca. Cinco reféns tailandeses também foram devolvidos.

O trabalho da segunda fase do acordo, que visa garantir a libertação de cerca de 60 homens reféns e a retirada das tropas israelenses de Gaza, já começou e uma equipe de negociação israelense deve voar no sábado para Doha, informou a mídia israelense na sexta-feira.

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