Ultra (UGPA3) ou Vibra (VBBR3): qual é a melhor opção no cenário econômico atual?

Apesar das ações da Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) normalmente serem associadas ao ciclo doméstico, que caminha para uma recessão técnica no segundo semestre de 2025 (2S25), o BBI destaca que ambas possuem em seus portfólios negócios que podem ser considerados amplamente defensivos.

Para a Vibra, o banco classifica a controlada de geração de energia Comerc, como um negócio não estão exposto à atividade doméstica, já que empresa possui contratos vinculados à curva de geração com duração média de 18 anos.

No lado da distribuição de combustíveis, segundo BBI, os volumes de vendas de gasolina e etanol são historicamente mais inelásticos, dada a sua menor exposição direta à atividade industrial e a falta geral de substitutos adequados para veículos de passageiros, como o transporte público, em muitas partes do Brasil. “O consumo de volumes do ciclo Otto está mais ligado à renda disponível e à taxa de emprego, o que parece sustentado por enquanto.”

Assim como a Vibra, o banco também identifica na Ultra negócios menos expostos à atividade doméstica, incluindo os volumes do ciclo Otto. O BBI espera que as vendas de gasolina e etanol da Ipiranga, similarmente à Vibra, demonstrem resiliência em um cenário de desaceleração econômica.

Já o GLP engarrafado (gás de cozinha) da Ultragaz representa 64% do volume vendido pela Ultragaz e este mercado tende a ser mais estável, visto que o GLP é um insumo básico para as famílias brasileiras.

Para Ultracargo, 85% dos volumes contratados para a Ultracargo (negócio de tanques para líquidos da Ultrapar) estão em contratos de “take or pay” com durações de 3 a 5 anos. Além disso, durante uma desaceleração econômica, pode haver uma maior disponibilidade de líquidos para exportação, enquanto o Brasil provavelmente não teria excesso de diesel, outros líquidos como o fuel oil usado em diferentes indústrias, nafta e produtos químicos líquidos podem, em última análise, ser exportados se a demanda local diminuir, o que também levaria a um aumento da demanda pelo serviço de tanques da Ultracargo.

Os analistas destacam que esses negócios “não expostos” têm um peso maior em relação ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Ultrapar do que para a Vibra (54% contra 48%, respectivamente).

Na opinião do BBI, isso também reflete uma menor sensibilidade ao PIB (produto interno bruto) no lucro líquido, pois enxerga uma redução de 1,7% no resultado final da Vibra para cada contração de 1% do PIB brasileiro (assumindo margens estáveis) contra 1,3% para a Ultra.

Além disso, analistas apontam que a Vibra se tornou mais alavancada após a consolidação da Comerc, com alavancagem estimada para o final de 2025 em 2,2 vezes para a Vibra ante 1,1 vez da Ultra. Isso, segundo relatório, amplifica no resultado final o impacto potencial de qualquer queda nos níveis de Ebitda.

“Se a situação fiscal do Brasil continuar a se deteriorar, e a curva de juros subir ainda mais, o resultado final da Vibra seria ainda mais afetado por despesas financeiras mais altas em relação à Ultrapar”, comenta BBI.

Por fim, o BBI lembra UGPA3 superou VBBR3 em quase 12% em dólares no acumulado do ano. Se um cenário de desaceleração econômica for confirmado, o banco acredita que a Ultrapar deve continuar a superar a Vibra, especialmente se o cenário fiscal continuar a se deteriorar.

The post Ultra (UGPA3) ou Vibra (VBBR3): qual é a melhor opção no cenário econômico atual? appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.