Israelenses apoiam proposta de faxina étnica em Gaza de Trump, diz pesquisa

Parentes dos reféns isralenses sequestrados pelo Hamas fazem protesto diante de prédio consular dos EUA em Tel Aviv. Foto: Jack GUEZ/AFP

Ao contrário da reação global, a proposta de faxina étnica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela qual promoveria-se a retirada de todos os palestinos de Gaza, tem respaldo da maioria dos judeus israelenses, segundo uma pesquisa divulgada pela mídia local.

O levantamento, realizado pelo Instituto de Política do Povo Judeu, ouviu 650 judeus israelenses e 200 árabes israelenses. Entre os judeus entrevistados, 52% classificaram a proposta de Trump como “um plano pragmático que deveríamos tentar seguir”. Já entre os árabes, apenas 8% concordaram, enquanto 52% consideraram a ideia “imoral”.

De acordo com dados oficiais, Israel tem aproximadamente 10 milhões de habitantes, sendo 7,7 milhões de judeus, 2,1 milhões de árabes e o restante pertencente a grupos minoritários.

Além do apoio entre os judeus israelenses, a proposta de Trump foi celebrada por membros da coalizão governista e até mesmo por líderes da oposição.

“Gaza em sua forma anterior não tem futuro. Outra solução deve ser encontrada, e é isso que o presidente Trump está tentando fazer”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, no plenário da Knesset, o Parlamento de Israel. “Desde que a migração seja realizada por livre e espontânea vontade e haja um país disposto a aceitá-la, não se pode dizer que seja imoral ou desumana.”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu: proposta do republicano tem respaldo da maioria dos judeus israelenses. Foto: reprodução

Apesar do apoio interno, países citados como possíveis destinos para os palestinos — como Egito, Jordânia, Irlanda, Espanha e Noruega — rejeitaram categoricamente a ideia e afirmaram que “o lugar dos palestinos é em Gaza”.

A proposta de realocação, que o secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou como “limpeza étnica”, reflete uma mudança na opinião pública israelense. Segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa de Segurança Nacional de Israel, o apoio à solução de dois Estados tem caído significativamente.

Atualmente, 65% dos israelenses se opõem à criação de um Estado palestino independente, enquanto 35% apoiam a ideia. Em 2022, a mesma pesquisa indicava um cenário mais equilibrado, com 49% favoráveis e 51% contrários. Após os ataques de 7 de outubro de 2023, a busca por uma solução pacífica se tornou ainda mais minoritária dentro de Israel.

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