Transplante capilar para tratar calvície vale a pena? Entenda

Calvície

Perder o cabelo é uma questão que aflige homens e mulheres, sem restrição. A calvície, ou alopecia androgenética, é uma condição hereditária e hormonal, que causa o afinamento do cabelo em áreas como o topo da cabeça e as laterais. 

Há outros tipos de doenças que podem causar a queda de cabelo. Especialistas apontam que a calvície também é associada a outros fatores, como o estresse, poluição, deficiências vitamínicas e até exposição excessiva ao sol, além de doenças específicas da tireoide que podem agravar o quadro.

A jornada da recuperação capital (e da autoestima) com diferentes técnicas foi impulsionada por celebridades e influenciadores, o que tende a levar mais pessoas a procurar os tratamentos disponíveis. 

Há diferentes tipos de tratamento para a condição. Quem sofre com a calvície pode optar pelo transplante capilar, que era antes visto como um procedimento restrito a poucos.

A preocupação com a estética existia antes das redes sociais, mas agora há muito mais exposição do que antigamente. O empresário e ex-BBB Arthur Picoli, por exemplo, fez um procedimento para corrigir as entradas no cabelo e preencher falhas na barba. 

Segundo o próprio influenciador, a experiência no reality show fez com que ele se preocupasse ainda mais com a aparência, e a falta de uma barba cheia sempre foi algo que quis mudar. 

Porém, dermatologistas acreditam que as tecnologias de transplante são secundárias no tratamento da calvície. 

Procedimento mais moderno e acessível

Os avanços nas técnicas de transplante garantem resultados mais naturais e procedimentos menos invasivos. 

Uma técnica mais antiga chama-se FUT (Follicular Unit Transplant), faz uma cicatriz grande na região atrás da cabeça, de forma que se retire os folículos para inseri-los na frente. 

Nessa técnica, a cicatriz se disfarça pelo cabelo, mas se o cabelo estiver raspado, se torna visível. 

Já na técnica FUE (Follicular Unit Extraction), se remove os folículos um a um, de forma esparsa sem criar uma grande cicatriz. Fica bem imperceptível. Porém se há necessidade de um grande número de fios para implantar aí essa técnica não consegue ser feita. A outra consegue retirar mais folículos.

Leia também: O que é a calvície? Veja os tipos e os possíveis tratamentos

De acordo com a coordenadora do Departamento de Cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Violeta Tortelly, a forma de colocar também faz diferença no resultado final quando se trata da anulação natural dos fios e o número de fios por área. 

“Antigamente tirava-se muitos fios juntos e colocavam sem angulação e ficavam tipo uns ‘coqueirinhos’ na cabeça. Hoje, se coloca mais próximo possível do crescimento natural do fio”, disse.

O tricologista Marcos Mendes explica que cada tipo de transplante exige um planejamento minucioso. 

“A barba tem uma característica única. A direção e o ângulo de implantação dos fios variam em cada área do rosto. Por isso, o procedimento exige um planejamento meticuloso para garantir um resultado natural”, explicou.

Além disso, novos tratamentos, como terapias hormonais e o uso de plasma rico em plaquetas (PRP), ajudam a fortalecer os fios e retardar a progressão da alopecia, tornando o transplante uma solução ainda mais eficaz e duradoura.

Quando o transplante é a melhor opção?

Apesar do transplante ser uma boa opção, Violeta ressalta que o transplante não deve ser considerado a única solução para a calvície e que tratamentos combinados trazem melhores resultados.

“O transplante nunca é a opção melhor isolada. Ele é usado após o início do tratamento para que haja melhor resposta e a cirurgia seja menor”, disse a dermatologista. 

“Com o tratamento, você melhora a área doadora e diminui a área receptora, tornando a cirurgia mais eficaz e menor”

Além disso, a médica alerta que a área implantada não sofrerá mais com a queda, mas os fios naturais podem continuar caindo caso a alopecia não seja controlada. 

“Sempre orientamos a tratar, porque a área implantada não vai cair, mas o resto pode evoluir e aí esteticamente não ficará bom”, completa.

A dermatologista afirma que não há evidências médicas que mostram o transplante como um tratamento superior aos tratamentos orais e tópicos feitos em casa.

“Na prática, eu só faço quando o paciente não pode usar alguma medicação importante ou em caso que esteja estabilizada a melhora para tentarmos algo a mais”, comenta. 

Ela destaca que o que se utiliza, em geral, são tecnologias como laser e microagulhas de diferentes formas que realizam o que é chamado de drug delivery – um processo que quebra a camada mais superficial da pele para que as medicações cheguem mais diretamente à raiz capilar.

Cuidados

A calvície androgenética é hereditária, mas não é uma sentença final para algumas pessoas. Há formas de remediar e controlar a saúde capital. 

Além disso, é importante destacar que a queda de cabelo, diferente da calvície, geralmente é temporária e atrelada a outras causas. Especialistas afirmam que a média de queda de cabelo é entre 50 a 100 fios por dia, sem que isso leve a uma redução visível de volume.

A dermatologista Isabel Martinez diz que quando se trata de prevenção, é necessário prestar atenção ao estilo de vida do paciente e sua saúde emocional. 

“Controlar o estresse, evitar deficiências nutricionais e proteger o cabelo de fatores externos, como poluição e exposição solar excessiva, são práticas que ajudam a manter a vitalidade dos fios”

Impacto emocional e a busca pela autoestima

A perda de cabelo pode afetar diretamente a autoestima e o bem-estar emocional. Figuras públicas como Xuxa e Naomi Campbell trouxeram visibilidade ao problema, incentivando a busca por tratamentos. 

“A perda de cabelo pode levar a um grande sofrimento psicológico, afetando a confiança e a autoimagem”, afirma Stanley Bittar, especialista em transplante capilar.

O acolhimento e o suporte psicológico também são fundamentais para quem enfrenta a alopecia. 

“Não é apenas estética. A perda capilar mexe com a autoimagem e a relação social das pessoas. Por isso, além do tratamento físico, é fundamental um acompanhamento psicológico para lidar com as emoções envolvidas”, destaca Bittar.

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