Governo Lula prepara estoques de arroz, milho e trigo contra inflação da comida

Presidente Lula. Foto: Divulgação

O governo do presidente Lula está adotando medidas para conter a alta dos preços dos alimentos no Brasil. Entre as ações planejadas, está a criação de estoques de arroz e milho a preços reduzidos para abastecer o mercado. Além disso, o governo estuda a inclusão do trigo nessa estratégia. O objetivo é minimizar os impactos da inflação, que afeta a popularidade do presidente e compromete o poder de compra da população.

O plano é conduzido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que também trabalha no redirecionamento de cerca de R$ 5 bilhões para financiar produtores de itens da cesta básica. Outra possibilidade em análise é a redução da tarifa de importação para alguns produtos, afirma apuração do Metrópoles.

De acordo com a secretária-executiva do MDA, Fernanda Machiaveli de Oliveira, o governo descarta medidas como controle de preços ou mudanças na validade dos produtos. Segundo ela, a alta dos alimentos está atrelada ao mercado internacional e deve desacelerar nos próximos meses.

“O Brasil terá uma safra recorde neste ano. Com a ampliação do Plano Safra, redução de juros para financiamento da produção de alimentos da cesta básica e retomada da política de estoques, já conseguimos registrar a menor inflação de alimentos em 2023. Agora, com a queda do dólar e o aumento da produção, os preços devem se estabilizar”, afirmou Oliveira.

A compra de arroz para compor os estoques deve ser concretizada até julho de 2025, com um investimento inicial de R$ 1 bilhão. O contrato foi estruturado após as enchentes no Rio Grande do Sul, e a expectativa é que o preço do produto caia significativamente no segundo semestre.

Para garantir um preço mínimo aos produtores e evitar oscilações bruscas no mercado, o governo utilizará os contratos de opção. Esse modelo permite que o governo anuncie a compra de um produto por um valor pré-definido, garantindo que os agricultores tenham um preço mínimo assegurado. Caso o mercado ofereça um preço maior no momento da colheita, o produtor pode optar por não vender ao governo.

Além do arroz, o governo também pretende usar essa estratégia para milho e avalia a viabilidade para trigo. A compra de milho depende da queda dos preços do grão, enquanto a inclusão do trigo exige estudos adicionais, já que esse produto é altamente sensível a fatores climáticos e demanda grande irrigação. O Brasil atualmente é um importador de trigo, o que pode dificultar sua inclusão na política de estoques.

presidente Lula

O governo também está desenvolvendo um plano para redirecionar créditos a produtores de alimentos da cesta básica. A ideia é alocar recursos federais no Banco do Brasil, que teria mais facilidade para conceder financiamentos acessíveis aos agricultores.

“O movimento liderado pelo ministro Paulo Teixeira e validado pelo presidente Lula tem como foco ampliar os recursos para a produção de alimentos essenciais. Estamos direcionando mais verbas ao programa Mais Alimentos, dentro das linhas do Pronaf, para financiar produtos da cesta básica”, explicou Fernanda Oliveira.

Outra mudança em análise é o fim das bandeiras do vale-alimentação, que hoje restringem os estabelecimentos onde o benefício pode ser utilizado. Segundo o governo, essas bandeiras retêm de 6% a 12% do valor do benefício, encarecendo os preços ao consumidor final.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), reconheceu o impacto da inflação dos alimentos e afirmou que o governo trata o tema como prioridade. Segundo ele, a alta dos preços se intensificou nos últimos quatro meses devido à valorização do dólar e a uma seca severa no Brasil.

“O setor agro é exportador. Quando o preço sobe lá fora, sobe aqui também. O presidente Lula está reativando os estoques reguladores para conter essa alta. A Conab cria estoques de arroz e feijão e, quando os preços disparam, libera os produtos para o mercado”, disse Farias.

Ele garantiu que o governo federal seguirá atuando para reduzir o impacto da inflação sobre a população. “Lula tem um compromisso gigante com os mais pobres. Ele só vai dormir tranquilo quando colocar essa inflação de alimentos e da carne no devido lugar”, concluiu.

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