Novo dado do BC sobre cartões revela que boa parte das operações já tem saldo no topo

Uma pilha de cartões de crédito coloridos.

O primeiro dado do Banco Central sobre o juro do rotativo e do parcelado do cartão de crédito cobrado pelas instituições financeiras revela que boa parte das operações já conta com somas de juros e encargos no topo determinado pela lei que entrou em vigor em janeiro e que proíbe esses montantes de serem superiores a igual valor do principal.

Para realizar o levantamento, o BC pediu que as empresas enviassem informações mensalmente de todas as operações dessas duas modalidades para encontrar o valor nominal no dia em que a dívida foi contratada e quanto essa dívida tem acumulado em juros e encargos financeiros. Esses juros e encargos serão divididos pelo montante original da dívida.

Os porcentuais encontrados são organizados em quatro listas de forma crescente: 25%, 50%, 75% e 99%. Estas quatro “caixas”, portanto, revelam o valor encontrado da divisão dos juros acumulados em relação à dívida no período de tempo avaliado e correspondem ao total da dívida contratada inicialmente.

A amostra do BC conta com dados de 15 instituições financeiras, que, segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, correspondem a 80% do mercado de crédito.

Das 15 instituições que forneceram os dados, 14 apresentaram os maiores porcentuais de operações com montantes de juros e encargos justamente na casa de 99% — a única exceção é a do Realize CFI, que apresentou um total de 17,06% tanto na coluna de 75% quanto na de 99%. De forma geral, os porcentuais vão aumentando em todas as instituições conforme também é maior o percentil (25%, 50%, 75% e 99%) em relação ao contrato inicial.

Apenas como exemplos para traçar um panorama da situação, a reportagem selecionou os porcentuais mais baixos e mais elevados em cada uma dessas caixas. O menor na “caixa” de 25% correspondente ao valor original da dívida é a do Banco do Brasil (0,17% das operações) e a maior, do Realize CFI (16,96%). Estas duas instituições são as que também aparecem com a quantidade mais baixa (Banco do Brasil, de 2,49%) e mais alta (Realize CFI, de 16,96%) no percentil de 50% em relação ao principal.

Já no de 75%, a quantidade inferior é a do Banco C6 (8,76%), enquanto a superior está na PortoSeg (17,72%). Por fim, no percentil 99%, a Nu Financeira (14,43%) detém a menor fatia, enquanto a maior é do Banco BMG (28,77%).

O quadro completo pode ser conferido neste link.

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