Carnaval 2025: Veja seis dicas para curtir a folia e evitar doenças comuns da festa

Milhares de pessoas estão se preparando para a chegada do Carnaval, seja para curtir os blocos na rua, festas e desfiles ou até para trabalhar em eventos ou como vendedores ambulantes. 

A combinação de aglomerações, poucas horas de sono, consumo excessivo de álcool e alimentação desequilibrada pode enfraquecer o sistema imunológico e aumentar o risco de infecções. 

Além das doenças respiratórias e gastrointestinais, típicas desse período, os foliões também devem ficar atentos à exposição ao sol excessiva, desidratação e doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue. 

O contato próximo em festas e blocos facilita a disseminação de diversas doenças, tornando essencial adotar medidas preventivas para evitar que um simples descuido acabe estragando a diversão.

Para evitar contratempos de saúde em uma época do ano esperada por muitos, veja dicas para melhorar os cuidados com a imunidade, hidratação e higiene.

Viroses e infecções comuns no Carnaval

Algumas doenças tendem a ser mais comuns durante o Carnaval do que outras. Em geral, com grande número de pessoas em contato próximo, são as infecções respiratórias e gastrointestinais que viram as protagonistas. 

Victor Sato, médico clínico geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, pontua que as doenças infecciosas mais comuns no período incluem infecções respiratórias, como gripe e resfriados, a mononucleose infecciosa causada pelo Epstein-Barr, além de viroses gastrointestinais, como norovírus

“Também há aumento na ocorrência de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, chikungunya e zika, especialmente em regiões onde há surtos”, afirmou.

Ele destaca que o contato próximo nos blocos e festas facilita a disseminação de vírus, já que o aumento de aglomerações ajuda na transmissão de agentes patogênicos. “Muitas infecções são disseminadas por meio de gotículas respiratórias emitidas durante conversas, tosse ou espirros”, disse.

“Em ambientes com aglomerações e fechados, como festas e desfiles, é mais difícil manter distanciamento físico, aumentando a probabilidade de contágio”

— Victor Sato, médico clínico geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Já quando se trata do risco das viroses gastrointestinais, as causadas pelo norovírus são as mais comuns, de acordo com o infectologista Rafael Nogueira, da Kora Saúde. 

Ele explica que a melhor forma de prevenção é “manter uma higiene rigorosa das mãos, evitar alimentos e bebidas de procedência duvidosa e não compartilhar objetos pessoais, como copos e talheres”.

A importância do sono e da alimentação equilibrada

O Carnaval acaba se tornando uma temporada intensa para muitos foliões, principalmente quem também aproveita o pré e o pós. Quem quer aproveitar mais tempo nas festas acaba dormindo menos, o que pode comprometer o sistema imunológico. Isso significa, porém, que o corpo fica mais vulnerável a infecções. 

O clínico geral alerta que a privação de sono reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias e a atividade de células do sistema imune, como linfócitos T e células NK (natural killer), o que consequentemente aumenta o risco de infecções virais.

Outro ponto importante destacado pelo especialista é a alimentação, que às vezes é deixada de lado durante o período de festa, o que pode agravar esse cenário, principalmente quando se combina com álcool. 

“O consumo excessivo de álcool e de alimentos ultraprocessados e pobres em micronutrientes prejudica a resposta imunológica por reduzir os níveis de vitaminas e minerais essenciais, como vitamina C, D e zinco, fundamentais para a imunidade”

— Rafael Nogueira, da Kora Saúde. 

Por isso, dar uma atenção especial ao sistema imunológico antes e durante o Carnaval com alimentação equilibrada é o primeiro passo para aproveitar as festas e não sofrer depois.

As recomendações do médico são frutas cítricas, como laranja, acerola e kiwi, que ajudam a reforçar a imunidade, assim como vegetais verdes-escuros, oleaginosas e iogurtes naturais, que são fontes de probióticos. 

Especificamente para quem tem alguma deficiência de vitaminas comprovada, a suplementação de vitamina D, zinco, selênio ou probióticos pode ser benéfica. “A glutamina também pode auxiliar na integridade da barreira intestinal, reduzindo a suscetibilidade a infecções gastrointestinais”, disse Sato.

O impacto do álcool e do desgaste físico prolongado

O consumo de álcool, comum no Carnaval, também pode comprometer as defesas do organismo.

O médico explica que o álcool tem um efeito imunossupressor, uma vez que ele reduz a função dos linfócitos T e B, o que prejudica a resposta imune. 

Sato também reforça que o álcool aumenta a permeabilidade intestinal, “favorecendo a translocação de bactérias e interfere na produção de citocinas, comprometendo a defesa contra infecções respiratórias”.

Em conjunto com o álcool, o desgaste físico prolongado, somado às poucas horas de descanso, também afeta o corpo. Isso acontece pois os níveis de cortisol, hormônio do estresse, aumentam.

“Quando elevado de forma crônica, tem efeito imunossupressor. Isso reduz a eficácia da resposta inflamatória e prejudica a ativação de células de defesa”, detalhou. “O aumento do estresse oxidativo e da inflamação pode comprometer a função da barreira intestinal e respiratória, facilitando infecções virais e bacterianas.

6 dicas para manter a saúde em dia durante o Carnaval

Para evitar contratempos de saúde e aproveitar o Carnaval com tranquilidade, os especialistas recomendam:

  • Dormir pelo menos 6 a 7 horas por noite;
  • Hidratar-se constantemente;
  • Cuidar da alimentação, “Evitar exageros no álcool e no açúcar, que podem agravar processos inflamatórios”, alerta o médico;
  • Continuar tratamentos regulares, Sato recomenda manter o uso das medicações prescritas para controle de doenças prévias, especialmente para foliões com condições autoimunes ou imunidade mais baixa;
  • Tentar reduzir o contato com vírus e bactérias;
  • Evitar exposição solar excessiva, pelo risco de desidratação e queimaduras.

Estar com a vacinação em dia também é muito importante. O clínico recomenda vacinar-se contra a gripe (influenza), COVID-19 e, em algumas regiões, “contra dengue e febre amarela, dependendo das áreas de circulação das doenças”.

Por fim, o médico alerta sobre os sinais de alerta que indicam que algo mais sério pode estar acontecendo.

“Sintomas de infecções virais comuns apresentam febre baixa, dor de garganta e coriza, geralmente são leves e autolimitados”, disse.

Porém, sinais de alarme como febre alta persistente, dificuldade para respirar, dor intensa no peito, sinais de desidratação ou alterações neurológicas indicam a necessidade de avaliação médica, segundo o clínico.

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