Brasileiro recebe o “Nobel” do meio ambiente por trabalho dedicado à Amazônia

Eduardo Brondizio recebeu o Tyler Prize for Environmental Achievement 2025. Foto: reprodução

O antropólogo paulista Eduardo Brondizio, reconhecido por suas pesquisas sobre a Amazônia e o impacto das transformações socioambientais na região, acaba de ser agraciado com o Tyler Prize for Environmental Achievement 2025, reconhecido como o Nobel entre prêmios na área de meio ambiente do mundo.

Brondizio divide a honraria com a ecologista argentina Sandra Díaz, especialista em diversidade funcional das plantas. Esta é a primeira vez que o prêmio é concedido a sul-americanos.

Com quase quatro décadas de dedicação à Amazônia, o antropólogo tem se destacado por seu trabalho colaborativo, que busca dar visibilidade às perspectivas das comunidades rurais, indígenas e urbanas que vivem na maior floresta tropical do planeta.

“A região está no centro da conversa global sobre as mudanças climáticas”, afirmou o antropólogo em entrevista ao Conexão Planeta. “Por meio do trabalho colaborativo, estamos contribuindo para tornar as transformações da Amazônia visíveis por meio das perspectivas das pessoas que vivem lá”, emendou

Nascido em São José dos Campos, Brondizio formou-se em agronomia pela Universidade de Taubaté, onde começou a se interessar pelas mudanças no uso da terra por comunidades rurais.

Após passagens pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Fundação SOS Mata Atlântica, onde desenvolveu o primeiro atlas do domínio da Mata Atlântica, ele partiu para os Estados Unidos para fazer doutorado em antropologia ambiental na Universidade de Indiana, em 1991.

Sandra Díaz divide o prêmio com Eduardo Brondizio. Foto: reprodução

Desde então, Brondizio estabeleceu-se profissionalmente no país, onde atualmente é professor da Escola de Ciências e Artes da Universidade de Indiana (Bloomington) e diretor do Centro de Análise de Paisagens Socioecológicas. Autor de oito livros, ele também integra comitês científicos internacionais, como o do programa Future Earth e do International Geosphere Biosphere Program (IGBP).

O Tyler Prize, criado em 1973 pelos ambientalistas John e Alice Tyler, homenageia indivíduos e organizações que contribuem significativamente para a preservação ambiental. Brondizio é o primeiro brasileiro a receber a premiação, que já foi concedida a nomes como Thomas Lovejoy e Jane Goodall.

Julia Marton-Lefèvre, presidente do júri do prêmio, destacou a importância do trabalho de Brondizio: “Ele iluminou o papel vital dos povos indígenas e comunidades locais na conservação”, disse. Rick Van Kooten, reitor executivo da Universidade de Indiana, complementou: “Eduardo é um visionário, um acadêmico multidisciplinar excepcional que aplicou sua pesquisa em problemas urgentes e complexos que impactam comunidades locais e a biodiversidade do planeta”.

Brondizio enfatizou que a Amazônia é crucial para o equilíbrio climático global e que as vozes das populações locais devem ser ouvidas. “Devemos tornar suas perspectivas, contribuições e lutas visíveis nesta conversa”, afirmou.

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