Cumbara: mostra homenageia povoamentos de negros em MG

O Centro Cultural UFMG inaugura, no dia 21 de fevereiro de 2025, a exposição “Cumbara”, idealizada pela professora, poeta e editora Sônia Queiroz, com curadoria de Fabrício Fernandino. A mostra apresenta imagens e textos curtos sobre sete quilombos do século XVIII e 11 agrupamentos que ainda hoje guardam a memória dos africanos e seus descendentes brasileiros. O evento integra a programação do 19º Festival de Verão UFMG. As obras poderão ser vistas até 23 de março de 2025. A entrada é gratuita, e a classificação, livre.

Imagens e textos

De acordo com Sônia Queiroz, a mostra ‘Cumbara’ nos propicia uma viagem pelos povoamentos de negros livres no século XVIII, nos sertões de Minas. Tal qual, agrupamentos que ainda hoje guardam a memória dos saberes e das lutas dos que foram trazidos África, bem como de seus descendentes.

Assim, em 13 pranchas de material sintético, impressas em meio digital, “Cumbara” apresenta imagens e textos curtos sobre os quilombos e agrupamentos. São reproduções digitais de aquarelas que integram o manuscrito anônimo do relato d’ “A expedição do Campo Grande, Cayeté, Abayeté e de Paracatu”. O documento registra a iniciativa realizada em 1769, na gestão do Conde de Valadares como Governador e Capitão-General das Minas Gerais. Atualmente, integra o acervo da Biblioteca Nacional.

Língua e cultura banto

As imagens dos agrupamentos que, ainda no século XX, preservaram língua e cultura banto são reproduções digitais de desenhos aquarelados do artista visual Murilo Pagani. Elas evidenciam manifestações culturais de origem banto preservadas em território mineiro. Ou seja, a língua de negro, ou língua do negro da Costa; os vissungos, cantos de enterro e de trabalho; o candombe e o Reinado de Nossa Senhora do Rosário. A mostra “Cumbara” inclui também um mapa de Minas, feito por Rômulo Vianna, com a localização desses agrupamentos recentes. O projeto gráfico e a diagramação das pranchas são de Pedro Peixoto.

Os textos, escritos na Língua do Negro da Costa, ainda hoje falada no bairro Tabatinga, em Bom Despacho, são de Sônia Queiroz. Poeta e pesquisadora de línguas e culturas banto em Minas Gerais, Sônia Queiroz é autora dos livros ‘Pé preto no barro branco: a língua dos negros da Tabatinga’(1998) e ‘Palavra banto em Minas’ (2019). Vale dizer que ambos estão disponíveis para acesso gratuito no siteda Editora UFMG. Ao final do roteiro da mostra “Cumbara”, há uma prancha com o vocabulário banto utilizado nos textos e sua tradução ao português brasileiro.

Curadoria

A curadoria da exposição “Cumbara” é de Fabrício Fernandino, escultor, professor da Escola de Belas Artes e Diretor do Centro Cultural UFMG (2018-2022/2022-2026), primeiro Diretor de Ação Cultural (2002-2006) e Diretor do Museu de História Natural e Jardim Botânico da mesma universidade (2006-2013).

Serviço

Exposição ‘Cumbara’

Quando. Abertura: 21 de fevereiro de 2025 | às 19h
Visitação: até o dia 23/03/2025, às terças a sextas: 9h às 20h; sábados, domingos e feriados: 9h às 17h
Onde. Espaço Experimentação da Imagem do Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174, Centro)
Classificação indicativa: livre
Quanto. Entrada gratuita

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