Brasil no Oscar: como o seguro garante a produção de filmes como ‘Ainda Estou Aqui’

O Brasil está concorrendo ao Oscar – que acontece em 2 de março, nos EUA – em três categorias com o filme Ainda Estou Aqui: Melhor Atriz, com Fernanda Torres, Melhor Filme Internacional e, de forma inédita, Melhor Filme. A conquista representa um marco para o cinema nacional, mas poucos sabem que a chegada de uma produção brasileira às telonas pode contar com um elemento essencial: o seguro para produções cinematográficas.

Os seguros para produções audiovisuais são comuns no Brasil, especialmente entre grandes produtoras. “Com a premiação da Fernanda e do filme, o cinema brasileiro ganha potência lá fora, ganha visibilidade, então esperamos novos investidores e financiadores, e com isso a demanda por seguro vai acompanhar e crescer também”, explica Gisele Christo, diretora executiva da MDS Brasil.

A especialista participa do episódio desta quinta-feira (20) do Tá Seguro, videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros. O programa já está disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast.

Entre as coberturas disponíveis (e indicadas), destacam-se:

  • seguros patrimoniais, que protegem câmeras, microfones e figurinos;
  • seguros de responsabilidade civil, que cobrem danos a terceiros.

Um exemplo citado por Christo é o de um pedestre que tropeçou em um cabo durante uma gravação externa e precisou de atendimento médico – situação amparada pelo seguro.

Outra proteção importante é a cobertura para cancelamentos e atrasos, o chamado ‘no-show’, quando um ator principal não comparece às gravações. Além disso, riscos climáticos como vendavais e alagamentos também podem ser cobertos, especialmente em filmagens externas, onde a exposição a eventos naturais é maior.

Por outro lado, há situações que não são cobertas. “Furto simples, negligência da produtora, atraso por erro de cronograma e doenças pré-existentes não entram na cobertura”, alerta a especialista. Equipamentos sem manutenção adequada também podem ficar de fora da indenização.

O custo do seguro varia conforme o orçamento do filme, as coberturas contratadas e os riscos envolvidos. Além disso, o histórico da equipe e a reputação dos atores podem influenciar na precificação – artistas conhecidos por faltar em gravações, por exemplo, podem encarecer o seguro.

Na análise de Christo, o setor de seguros para cinema ainda tem espaço para crescer. Hoje, apenas quatro seguradoras operam nesse mercado no Brasil, enquanto a produção nacional representa cerca de 14% dos filmes lançados no país, segundo a Ancine (Agência Nacional de Cinema). Com o reconhecimento do cinema brasileiro no Oscar, a tendência é de aumento na demanda e na oferta de seguros especializados.

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