Nísia Trindade reclama de especulações sobre sua saída: “Não fico acuada”

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, em entrevista ao Globo. Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou na última quinta-feira (21) que se sente segura no cargo e não recebeu nenhum sinal de que será demitida. Em meio a rumores sobre uma possível reforma ministerial, a ex-presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cru) reclamou de uma “fritura” que considera “muito desagradável”, mas defendeu sua gestão e os resultados alcançados por ela.

A declaração de Nísia ao Globo vem após reportagem da Folha de S.Paulo indicar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avisou a aliados que pretende substituí-la.

“Esses rumores envolvendo meu nome existem desde o início do governo. É uma lástima, mas continuo fazendo meu trabalho”, afirmou a ministra. “É muito desagradável. Minha família liga, jornalistas ligam, mas eu me sinto muito segura com minha gestão. E não fico acuada com especulações”.

A ministra garantiu que não recebeu nenhum recado sobre sua saída e que segue trabalhando normalmente. “Pode ser que o presidente esteja pensando em mudanças, mas ele nunca falou nada comigo. Estive com ele ontem e não recebi nenhuma indicação disso”, disse Nísia.

“Estou enfrentando os principais desafios da Saúde. Alcancei resultados expressivos no aumento da cobertura vacinal, na atenção primária e na eliminação do sarampo”, defendeu-se.

Segundo a Folha, Alexandre Padilha deve substituir Nísia Trindade no Ministério da Saúde. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo a Folha, interlocutores de Lula já foram avisados sobre a demissão de Nísia. O nome mais cotado para assumir o cargo seria o do atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que já ocupou a Saúde no governo Dilma Rousseff (PT).

A suposta insatisfação do presidente com a gestão de Nísia teria aumentado em 2024, ano marcado por crises sanitárias e pela pressão do Centrão por mais controle sobre o orçamento da pasta.

Assessores do Planalto avaliam que, em um momento de queda na popularidade de Lula, o Ministério da Saúde poderia desempenhar um papel estratégico ao lançar políticas públicas de grande impacto, como o programa “Mais Acesso a Especialistas”. A iniciativa visa reduzir filas e ampliar exames e consultas especializadas em áreas como oncologia e cardiologia.

Nísia reconheceu que o Ministério da Saúde enfrentou problemas na comunicação, mas afirmou que já fez mudanças após duas reuniões com o ministro Sidônio Palmeira, novo chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom). Ela destacou que está disposta a melhorar a divulgação das ações do ministério, mas criticou o fato de que as especulações sobre sua permanência no cargo ganham mais destaque do que os resultados alcançados.

“Existe uma batalha da comunicação. Estou disposta a melhorar, e já fizemos isso nas redes sociais. Infelizmente, a divulgação do que o ministério está fazendo nunca consegue se equiparar às especulações sobre a minha permanência no cargo”, declarou.

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