Dá para reduzir gasto público sem prejudicar o pobre, diz Marcos Mendes

O economista Marcos Mendes diz que em termos de peso de despesa do Orçamento do governo federal, cerca da metade está nos benefícios sociais e previdenciários, como aposentadoria, pensão, auxílio-doença etc.

Especialista em finanças públicas e política fiscal, ele diz que é preciso fazer uma reforma nessa parte para se ter o impacto fiscal significativo no Orçamento. Marcos Mendes participou do episódio 271 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.

“O argumento de não fazer porque vai pegar os pobres, não é assim, necessariamente.”

Benefícios

Ele cita o caso do abono salarial, que é pago para as pessoas que ganham até dois salários mínimos e estão no mercado formal.

“O pobre não está no mercado formal, está desempregado e tem renda menor que o salário mínimo.”

Sobre os benefícios previdenciários, o especialista explica que boa parte é pago para a classe média e não à classe baixa. Ele vê necessidade de se fazer melhor uso do seguro-desemprego.

No caso do Bolsa Família, cujo gasto anual é de R$ 170 bilhões, Marcos Mendes aponta que “tem estudo que mostra que, se essa despesa for bem focalizada, com R$ 70 bilhões se reduziria tremendamente a extrema pobreza no Brasil”.

Cinismo social

“Nós temos um certo cinismo social e político no Brasil que todo mundo aponta para o benefício do outro. O benefício do outro é ruim e o meu é direito adquirido.”

Para uma mudança significativa de mentalidade, o economista vê a necessidade de cada um dar sua cota de “sacrifício”, embora ache isso “muito difícil”.

“Então não vejo outro modelo se não uma percepção eminente e concreta (de risco) para as pessoas mudarem de posição”, completa.

The post Dá para reduzir gasto público sem prejudicar o pobre, diz Marcos Mendes appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.