O jornalismo preguiçoso e adesista das corporações mostra as unhas outra vez. Por Moisés Mendes

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Por Moisés Mendes, em seu blog

A Folha pode aparecer nesse domingo com a quarta manchete com pautas que tentam sabotar a denúncia da PGR contra Bolsonaro e sua facção golpista. Não se surpreendam se essa for uma sequência que pode durar dias.

Ficou claro, com as três manchetes que levantam dúvidas sobre o trabalho de Paulo Gonet (e ainda atacam Alexandre de Moraes), que a Folha escalou um time de repórteres para tentar desmontar as acusações.

É uma tática descarada. Não há no jornalismo da grande imprensa até agora, quatro dias depois da apresentação da denúncia, nenhuma contribuição ao que a PGR apresentou. Nenhum acréscimo. Nenhuma informação nova.

Folha, Globo e Estadão se comportam como fizeram desde o golpe de 8 de janeiro. Comem pela divulgação de documentos oficiais ou pela mão de vazadores de informações. Não fazem nada que possa ser parecido com jornalismo investigativo.

O esforço agora é pela sabotagem da denúncia, com um argumento repetido vendido pela defesa de Bolsonaro: o sujeito não estava no 8 de janeiro, ao lado de Fátima de Tubarão, e por isso não participou do golpe.

Todo o encadeamento de evidências, indícios e provas apresentado pela PGR, que sustenta a denúncia pela sequência de fatos, até o 8 de janeiro, é desconsiderado a todo momento pelos jornalões.

Por isso, que ninguém espere qualquer contribuição das corporações de mídia no sentido de reafirmar o que Gonet apresentou.

Aguardemos os próximos movimentos, que podem fazer com que Estadão e Globo, até agora bem comportados, se juntem à Folha para ajudar na defesa de Bolsonaro e dos militares.

O jornalismo preguiçoso dos jornalões volta a ser descaradamente adesista, como foi quando do golpe contra Dilma e quando da caçada e da prisão de Lula, que levaram à ascensão de Bolsonaro.

Não há golpismo sem o colaboracionismo da grande imprensa.

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O RECADO

Os jornais argentinos informam que o americano Hayden Davis, principal criador da criptomoeda $Libra, mandou um recado a Javier Milei: arrecadou US$ 100 milhões com a fraude, mas aguarda instrução do presidente sobre o que fazer com o dinheiro.

O presidente de extrema-direita da Argentina, Javier Milei – Foto: Juan Mabromatta/AFP

Davis pode estar blefando, mas o que ele quer dizer é o óbvio: que Milei é quem sabe o que fazer com o dinheiro do golpe, por ter sido o principal idealizador da pilantragem.

O americano já emitiu uma nota, por sua advogada, Yanina Nicoletti, oferecendo-se a depor ao Ministério Público. Na condição de denunciante da fraude. E para dizer quem armou tudo.

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QUIETOS DEMAIS

É retumbante o silêncio de fascistas famosos em meio à repercussão da denúncia de Paulo Gonet contra o aloprado e os generais.

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