Moraes afirma que as big techs realizam lavagem cerebral e são usadas para corroer a democracia

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, sério, em pé
O ministro Alexandre de Moraes, do STF – Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (24) que as redes sociais estão sendo instrumentalizadas para enfraquecer a democracia.

A declaração foi feita durante uma aula magna na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o magistrado abordou a relação entre as big techs e grupos de extrema-direita.

Segundo o ministro, empresas tecnológicas e grupos ideologicamente fascistas estão explorando as plataformas digitais para promover a doutrinação em massa e disseminar desinformação. “Há uma instrumentalização das redes sociais por grupos econômicos e ideologicamente fascistas, de extrema direita, para corroer a democracia por dentro. Esse é o grande desafio hoje de quem defende a democracia”, destacou.

O ministro ressaltou que os extremistas aprenderam a explorar o populismo digital para manipular a opinião pública: “As big techs não são enviadas de Deus, não são neutras, são grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, as soberanias nacionais, as legislações, para conseguir lucro”.

Regulamentação das redes sociais enfrenta lobby no Congresso

Durante a palestra, Alexandre de Moraes também criticou a pressão exercida pelas empresas de tecnologia contra a regulamentação das redes sociais no Brasil. Segundo ele, o projeto foi retirado de pauta no Congresso Nacional devido ao forte lobby das big techs.

“Todas elas bombardearam nas redes dizendo que os parlamentares eram contra a democracia e a liberdade de expressão. Os algoritmos fizeram chegar milhares de mensagens aos parlamentares ameaçando, coagindo”, afirmou o ministro, segundo o Estadão.

Alexandre de Moraes destacou que o engajamento nas redes é impulsionado pela indignação, tornando as plataformas espaços polarizados.

“Rede social é amor ou ódio. Não dá para ter discussão séria. Meio-termo não existe. E a notícia falsa ligada a discurso de ódio tem mais circulação que qualquer outro tipo de notícia”.

Defesa da Constituição e da democracia

Ao encerrar a aula magna, o ministro reforçou a importância da Constituição de 1988 na proteção da democracia brasileira. “A Constituição de 1988, com todas as chuvas e trovoadas, aguentou dois impeachments e uma tentativa de golpe […] As instituições devem criar estabilidade, segurança, devem ser um anteparo a qualquer arroubo extremista, antidemocrático. Devem fazer valer a Constituição”, concluiu Alexandre de Moraes.

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