Nasa lançará telescópio para investigar o que aconteceu logo após o Big Bang

WASHINGTON (Reuters) – A Nasa se prepara para lançar ao espaço um observatório em forma de megafone em uma missão para entender melhor o que aconteceu imediatamente após o Big Bang e procurar reservatórios de água na Via Láctea.

O lançamento do telescópio espacial SPHEREx, da Nasa, está programado para sexta-feira. O equipamento viajará a bordo de um foguete Falcon 9, da SpaceX, que decolará da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, nos Estados Unidos.

O SPHEREx – abreviação de Espectrofotômetro para a História do Universo, Época de Reionização e Explorador de Gelos, em inglês – procura responder a perguntas sobre a origem do universo enquanto mapeia a distribuição de galáxias.

Perto de casa, relativamente falando, o SPHEREx buscará em nossa galáxia reservatórios de água congelada na superfície de grãos de poeira interestelar em grandes nuvens de gás e poeira que dão origem a estrelas e planetas.

Com durança estimada em dois anos, a missão coletará dados sobre mais de 450 milhões de galáxias e mais de 100 milhões de estrelas na Via Láctea à medida que explora as origens do universo. Espera-se que o observatório crie um mapa tridimensional do cosmos em 102 cores.

A missão tem como objetivo obter informações sobre um fenômeno chamado inflação cósmica, a expansão rápida e exponencial do universo a partir de um único ponto em fração de segundo após o Big Bang, que ocorreu há aproximadamente 13,8 bilhões de anos. Para efeito de comparação, a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos.

“Temos evidências muito boas de que a inflação ocorreu, mas a física que conduziu esse evento é realmente incerta”, disse o cosmólogo e cientista do projeto SPHEREx Olivier Dore, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês) e do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.

“Ao mapear a distribuição de galáxias em todo o céu, podemos determinar diretamente as propriedades exclusivas da inflação. É por isso que queremos mapear todo o céu e precisamos da espectroscopia (estudo de objetos com base na cor) para criar o mapa 3D. O fato de podermos conectar essas duas coisas – a distribuição de galáxias em grandes escalas até a física da inflação – é muito poderoso, surpreendente e quase mágico”, acrescentou Dore.

Jim Fanson, gerente do projeto SPHEREx no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, chamou a inflação cósmica de “a estrutura de consenso para explicar aspectos do universo que observamos em grandes escalas”.

“Ela postula que o universo se expandiu em trilhões e trilhões de vezes em uma pequena fração de segundo após o Big Bang”, disse Fanson.

O SPHEREx será capaz de tirar fotos em todas as direções ao redor da Terra, dividindo a luz de bilhões de fontes cósmicas, como estrelas e galáxias, em comprimentos de onda para determinar sua composição e distância. Os pesquisadores também medirão o brilho coletivo da luz do espaço entre as galáxias.

Além disso, o SPHEREx vai procurar água e moléculas, incluindo dióxido de carbono e monóxido de carbono, congeladas na superfície de grãos de poeira em nuvens moleculares, que são regiões densas de gás e poeira no espaço interestelar. Os cientistas acreditam que os reservatórios de gelo nessas nuvens são onde a maior parte da água do universo se forma e está acumulada.

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