Secretário do Tesouro dos EUA promete “reprivatizar” economia

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, argumentou nesta terça-feira (25) que a economia norte-americana é mais frágil do que as métricas sugerem e prometeu “reprivatizar” o crescimento, cortando gastos e regulamentações do governo.

Em seu primeiro grande discurso sobre política econômica, na embaixada da Austrália em Washington, Bessent disse que a volatilidade da taxa de juros, a inflação estável e a dependência do setor público para o crescimento de empregos prejudicaram a economia dos EUA, apesar do resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) e do baixo desemprego.

No discurso, Bessent culpou os “gastos excessivos prolíficos” do ex-presidente Joe Biden e as regulamentações que prejudicaram o crescimento do lado da oferta como os principais impulsionadores da “inflação persistente”.

“A dependência excessiva do governo anterior de gastos governamentais excessivos e regulamentações autoritárias nos deixaram com uma economia que pode ter exibido algumas métricas razoáveis, mas que, no final das contas, era frágil por baixo”, disse.

Bessent afirmou ainda que 95% de todo crescimento de empregos nos últimos 12 meses se concentrou em setores públicos e adjacentes ao governo, como saúde e educação – vagas que oferecem crescimento salarial mais lento e menos produtividade do que o setor privado.

Enquanto isso, segundo ele, empregos em manufatura, metais, mineração e tecnologia da informação diminuíram ou estagnaram no mesmo período.

“O setor privado está em recessão”, disse Bessent. “Nosso objetivo é reprivatizar a economia.”

Bessent disse que o governo do presidente Donald Trump está trabalhando para reforçar a contribuição do setor privado na criação de empregos, em parte cortando regulamentações, estendendo cortes de impostos e reequilibrando a economia dos EUA por meio de políticas tarifárias.

Ele disse ainda que as tarifas planejadas por Trump são uma parte essencial desse plano, com três objetivos principais.

“Primeiro, as tarifas podem aumentar a capacidade industrial dos EUA, criar e proteger empregos nos EUA e melhorar nossa segurança nacional”, disse. “Segundo, as tarifas podem ser uma fonte importante de receita governamental, que pode ajudar a financiar investimentos que beneficiam famílias e empresas americanas.”

Ele também citou as tarifas como uma ferramenta para corrigir e gerenciar desequilíbrios internos, além de deter o excesso de produção e fornecimento de outros países, como a China. Bessent afirmou que a China não poderia ser autorizada a exportar deflação para as principais economias ocidentais enquanto luta com seus próprios problemas econômicos internos.

“A China realmente precisa de mais consumo”, disse.

Ao tratar de tarifas recíprocas, o governo Trump, incluindo o Tesouro, examinará uma ampla gama de fatores, como taxas de outros países, barreiras não tarifárias e práticas monetárias, disse Bessent.

Questionado sobre como a Austrália, que tem um acordo de livre comércio com os EUA, estava se saindo nesse aspecto, Bessent disse: “até agora, tudo bem, mas eu não sou do USTR (United States Trade Representative)”.

Ele disse que discutiu o pedido da Austrália para ser isenta das tarifas globais de aço e alumínio de 25%, restauradas por Trump, durante reunião com o tesoureiro australiano Jim Chalmers. Ele acrescentou, no entanto, que essa era uma questão para o Departamento de Comércio e o USTR — agência responsável pelos acordos comerciais dos EUA — decidirem.

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