Com o tema desastres, Câmara inaugura série de debates

Com o tema desastres naturais, Câmara inaugura série de debates

Com o tema desastres naturais, Câmara inaugura série de debates
(Foto: JFTV Câmara)

Com o objetivo de “fomentar a reflexão e o diálogo sobre temas de grande relevância para Juiz de Fora”, iniciou-se, nesta terça-feira (25), a série Câmara Debate. O primeiro encontro foi baseado no tema “Desafios e impactos dos desastres naturais em Juiz de Fora”, promovido pelas Comissões de Meio Ambiente e de Urbanismo, presididas, respectivamente, pelos vereadores Negro Bússola (PV) e Tiago Bonecão (PSD).

O evento terá periodicidade mensal, informa o presidente da Câmara Municipal, Zé Márcio Garotinho (PDT). Na ocasião, participaram a diretora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Regina Alvalá; o subsecretário de Defesa Civil de Juiz de Fora, Luís Fernando Martins; a arquiteta e ex-secretária de Obras de Petrópolis, Vyrna Jácomo; e a coordenadora de Defesa Civil de Petrópolis, Caroline Dutra. O debate foi mediado pelo editor geral da Tribuna de Minas, Paulo Cesar Magella.

Regina Alvalá explica que nem toda chuva vira um desastre. “Ela é um elemento do clima que convivemos há milênios. Desastre é uma combinação entre a ameaça (fenômenos naturais) e a vulnerabilidade (situações que envolvem pessoas). Por isso, não dizemos que alguns desastres são naturais.” Dentro do monitoramento do Cemaden, a rede observacional do município conta com 23 pluviômetros automáticos instalados em áreas de risco e uma plataforma de coleta de dados hidrológica que monitora a bacia do Rio Pomba. Além disso, há cobertura por radares meteorológicos.

No ranking do Cemaden, Juiz de Fora ocupa o 4º lugar em alertas associados a riscos geológicos (com 13). No risco de enxurradas e inundações, fica em 9º (19 ao todo). Em relação às ocorrências, a cidade é a 5ª maior (10) em riscos geológicos e a 12ª em riscos hidrológicos (12). Já liderou o ranking de riscos geológicos em 2023 e o de hidrológicos em 2022. “Pelo lado bom, não houve mortes no município por esses riscos nos últimos quatro anos.” No Censo de 2010, a população de Juiz de Fora em vulnerabilidade era de quase 130 mil pessoas.

Vyrna Jácomo e Caroline Dutra contribuíram ilustrando o que Petrópolis usa como instrumentos para melhorar a situação da cidade após a tragédia de 2022, causada pelas fortes chuvas. Dentre eles, destacam a revisão do Plano Diretor, que determina vetores de expansão da cidade, para evitar o crescimento desordenado, e o Plano Municipal de Revisão de Risco, que define áreas de risco e suas classificações, permite reconhecimento de áreas passíveis de ocupação e reconhece áreas carentes de investimentos públicos. “O principal problema de Petrópolis é precisar sempre investir em resposta. Com isso, não consegue investir em prevenção”, lamenta Vyrna.

Caroline diferenciou emergência de desastre: “emergência é uma situação adversa que o próprio município tem condições de realizar a gestão do risco da ocorrência e normaliza o cenário; desastre tem magnitude maior, necessitando articular com outras secretarias e, dependendo, com Governo estadual e federal”. 

Para fechar a rodada de apresentações, Luiz Fernando informa que Juiz de Fora tem 142 áreas de risco geológico, 27 de risco hidrológico e 8 barragens – risco tecnológico. Além disso, complementa a fala de Regina afirmando que é o 3º município mineiro com mais moradores em domicílios em áreas de risco a desastres – 9º do país. Nas vistorias preventivas em pontos críticos, realizadas diariamente por meio dos volumes dos pluviômetros, a Defesa Civil aponta que a Zona Leste da cidade é o atual ponto focal. Outro destaque foi 2023 ter sido o primeiro ano em que o órgão fez mais vistorias preventivas do que de resposta; e 2024 também seguiu o padrão.

Os debates serão abertos ao público interessado no tema. As inscrições são feitas no local, com certificação emitida pela Escola do Legislativo de Juiz de Fora. O evento também é transmitido ao vivo pela JFTV, no canal 35,1 e também pelo YouTube.

*sob supervisão da editora Fabíola Costa

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