Governo Trump manda recado velado a Moraes: “Censura”

Donald Trump, presidente dos EUA e dono de empresas de redes sociais. Foto: reprodução

O Departamento de Estado dos Estados Unidos fez uma referência implícita ao caso envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a plataforma de vídeos Rumble em uma publicação no X, antigo Twitter, nesta quarta-feira (26). A mensagem, divulgada pelo Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, destaca a importância do respeito à soberania e à liberdade de expressão, em um contexto que remete às disputas judiciais entre a plataforma e o ministro brasileiro.

“O respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, afirma o texto.

A publicação ocorre um dia após a juíza Mary S. Scriven, da Flórida, negar um pedido de liminar feito pela Rumble e pela Trump Media & Technology, empresa de mídia do presidente Donald Trump.

As empresas buscavam impedir o cumprimento das ordens de Moraes nos Estados Unidos, alegando que o ministro teria exigido o encerramento da conta do influenciador bolsonarista Allan dos Santos e a entrega de seus dados de usuário sem seguir os protocolos internacionais de intimação.

O ministro Alexandre de Moraes do STF. Foto: reprodução

A juíza, no entanto, entendeu que não havia necessidade de conceder a liminar, já que as decisões de Moraes não se aplicam aos EUA se as empresas não forem formalmente intimadas por meio da Convenção de Haia ou de tratados bilaterais entre os dois países. “Aparentemente, nenhuma ação foi tomada para reforçar as determinações de Moraes pelo governo brasileiro, pelo governo americano ou outro ator relevante”, afirmou Scriven em sua decisão. Ela acrescentou que, caso isso ocorra, tomará as medidas necessárias.

O caso ganhou destaque após a Rumble e a Trump Media & Technology argumentarem que as ordens de Moraes extrapolariam a jurisdição brasileira, ao exigir que a plataforma de vídeos, sediada nos EUA, cumprisse determinações sem o devido processo legal.

As empresas alegaram que o ministro teria agido de forma a impactar operações em território americano, sem seguir os protocolos internacionais de intimação.

Scriven, no entanto, destacou que, como as empresas não foram intimadas corretamente, elas já não estariam obrigadas a cumprir as ordens do STF. Por isso, considerou desnecessário conceder a liminar.

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