“Jogo do Tigrinho”: empresas reguladas pelo BC intermediam pagamentos para bets ilegais

Sede do Banco Central, em Brasília – Foto: Reprodução

Sites de apostas ilegais estão tendo o suporte de instituições financeiras e de pagamento autorizadas pelo Banco Central em seu funcionamento. Um levantamento do Metrópoles identificou oito empresas intermediando pagamentos para plataformas que não possuem autorização do Ministério da Fazenda. Entre os nomes citados estão a FitBank, que possui o JP Morgan em sua base de acionistas, a Voluti e a Microcash, que atuam no processamento de transações para essas bets.

Logo da FitBank, uma das instituições financeiras mencionadas na investigação sobre intermediação de pagamentos para sites de apostas ilegais – Foto: Reprodução

As plataformas investigadas utilizam mecanismos para burlar bloqueios e captar novos jogadores. Algumas oferecem bônus elevados, aceitam cadastros com dados falsos e recomendam o uso de VPNs – a legislação proíbe que instituições financeiras facilitem pagamentos para apostas sem autorização, mas a fiscalização ainda encontra dificuldades para coibir essas práticas.

O Ministério da Fazenda notificou 22 instituições envolvidas nessas transações e planeja publicar uma portaria para reforçar as regras de bloqueio. A pasta informou que está trabalhando em conjunto com o BC para desenvolver ferramentas mais eficientes de fiscalização e controle.

Além das irregularidades, a parceria entre empresas financeiras e apostas ilegais permite que os sites continuem operando. Mesmo quando um domínio é retirado do ar, outro rapidamente surge com estrutura semelhante, mantendo o fluxo de pagamentos ativo. Esse processo dificulta a ação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que tenta bloquear esses serviços.

As empresas citadas negaram envolvimento direto com as bets ilegais e alegam seguir normas de compliance. Algumas afirmaram ter encerrado contratos com plataformas de apostas devido à falta de garantias sobre geolocalização e regularidade dos clientes. Outras alegam que intermediadores podem ter usado seus serviços sem autorização.

O Banco Central reforçou que não monitora transações individuais e atua apenas na esfera administrativa. No entanto, afirmou estar coordenando esforços com outros órgãos para evitar que o sistema financeiro seja utilizado por empresas não autorizadas.

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