Ministros do STF se mobilizam para proteger Moraes de ação coordenada dos EUA

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que há uma ação coordenada envolvendo o governo estadunidense de Donald Trump, o bilionário Elon Musk e grandes empresas de tecnologia, as chamadas big techs, para tentar enfraquecer o ministro Alexandre de Moraes e a credibilidade sobre o julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e da regulamentação dessas plataformas. No entanto, o efeito dessa pressão tem sido o oposto do esperado: dentro do STF, Moraes está blindado e conta com o apoio de seus pares.

Segundo Daniela Lima, da Globonews, três integrantes da corte destacaram que os ataques a Moraes são estratégicos, mas têm como alvo final a instituição como um todo. “Há obviamente um esforço para tentar enfraquecê-lo, de tentar minar a credibilidade do julgamento da denúncia, e ele é o alvo porque é o relator”, afirmou um dos ministros.

Outro acrescentou: “Internamente, não há dúvida disso. As medidas adotadas pelo ministro Alexandre têm sido sistematicamente avalizadas pelo plenário ou pela turma. O foco sobre ele é estratégico, mas o ataque é institucional, ao STF como um todo”.

A formação atual do Supremo Tribunal Federal (STF) com Paulo Gonet, procurador-Geral da República (PGR). Foto: reprodução

A denúncia em questão envolve Bolsonaro e outros 33 acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tramar um golpe de Estado. Dentro do Supremo, há um entendimento de que é necessário preservar Moraes para garantir a normalidade do julgamento. A defesa do ministro e da independência do STF também deve vir de entidades representativas da magistratura, reforçando a importância de proteger as instituições democráticas.

A articulação contra Moraes ganhou força no exterior, especialmente com a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que se aliou a setores da extrema direita estadunidense para tentar impedir a concessão de visto ao ministro para os Estados Unidos.

No entanto, segundo pessoas próximas a Moraes, ele está com o visto vencido há três anos e não manifestou interesse em renová-lo.

Em resposta às ações internacionais, parlamentares brasileiros têm se mobilizado para defender as instituições do país. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) apresentou um projeto de lei que, com base no princípio da reciprocidade, proíbe a entrada no Brasil de autoridades estrangeiras que atuem para atacar as instituições nacionais. A proposta é uma reação direta às tentativas de interferência externa no Judiciário brasileiro.

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