Índice de ADRs brasileiros fecha em queda de 0,56% com aversão a risco após tarifas

O índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, que reúne as principais empresas brasileiras listadas na B3 com recibos de ações negociados nos Estados Unidos, teve queda em meio ao cenário de aversão a risco global, mas amenizou as perdas durante o pregão e fechou com perdas modestas após cair cerca de 2% mais cedo. O EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, também teve baixa.

O Dow Jones Brazil Titans 20 ADR fechou com desvalorização de 0,56%, a 15.884,43 pontos, enquanto o EWZ caiu 0,95%, a US$ 23,91, nesta terça-feira (4) de Bolsa fechada por aqui por conta da terça de Carnaval, com B3 fechada. A Bolsa brasileira retorna para operação apenas às 13h (horário de Brasília) de quarta-feira (5).

A sessão foi de aversão ao risco depois que o presidente Donald Trump anunciou o início das tarifas sobre a China, o Canadá e o México, o que levou a retaliações. Em Wall Street, o Dow Jones caiu pelo segundo dia, já que as tarifas do presidente Donald Trump deixaram os investidores com receio sobre possíveis ondas de choque para a economia. A baixa foi de 1,55%, enquanto o S&P 500 caiu 1,22% após registrar seu pior dia do ano na sessão anterior. O Nasdaq Composite perdeu 0,35%.

As novas tarifas de 25% impostas pelo presidente americano sobre as importações do México e do Canadá entraram em vigor nesta terça-feira, junto com a duplicação das tarifas sobre os produtos chineses para 20%, dando início a novos conflitos comerciais com os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos.

As medidas tarifárias, que podem afetar cerca de US$ 2,2 trilhões no comércio bilateral anual dos EUA, entraram em vigor horas depois de Trump declarar que os três países não haviam feito o suficiente para conter o fluxo do opioide mortal fentanil e seus precursores químicos para os EUA.

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Tarifaços de Trump e retaliações elevam incertezas dos mercados globais

A China respondeu imediatamente após o prazo, anunciando tarifas adicionais de 10% a 15% sobre determinadas importações dos EUA a partir de 10 de março e uma série de novas restrições de exportação para entidades designadas dos EUA.

O Canadá e o México, que mantêm uma relação comercial praticamente livre de tarifas com os EUA há três décadas, também apontaram retaliação.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse ao presidente dos EUA, Donald Trump, nesta terça que as novas tarifas dos EUA sobre importações canadenses eram “uma coisa muito idiota de se fazer” e disse que Ottawa iria revidar imediatamente. Trudeau, falando horas depois de Trump lançar uma guerra comercial contra o México e o Canadá, disse que o Canadá estava impondo tarifas imediatas de 25% sobre 30 bilhões de dólares canadenses em importações dos EUA e, se necessário, atingiria outros 125 bilhões em 21 dias.

Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que o México responderá às tarifas com suas próprias tarifas retaliatórias sobre produtos norte-americanos. Sheinbaum afirmou que anunciará os produtos que o México irá atingir no domingo (9) em um evento público na praça central da Cidade do México, o que pode indicar que o México ainda espera desescalar a guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Confira o desempenho dos ADRs brasileiros na sessão desta terça-feira:

EUA

Ainda em destaque, em entrevista na manhã desta terça à rede de TV Fox News, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, prometeu fazer desregulação para os bancos e que o governo americano está empenhado em reduzir as taxas de juros. Ele também criticou a China, afirmando que o modelo de exportação do país asiático é “inaceitável”.

Na véspera, os principais índices acionários de Wall Street já tinham caído após o anúncio das tarifas por Trump; enquanto isso, o Dow Jones Brazil Titans 20 ADR fechou com leve alta de 0,09%.

Além disso, na véspera, a pesquisa do ISM mostrou que o PMI do setor industrial caiu para 50,3 no mês passado, de 50,9 em janeiro, enquanto o índice prospectivo de novos pedidos ficou em 48,6 em fevereiro, de 55,1 em janeiro.

“Acho que é mais uma continuação de uma série de notícias econômicas ruins que tendem a diminuir um pouco o otimismo que vimos nos lucros do quarto trimestre que foram divulgados, que foram muito bons”, disse James St. Aubin, diretor de investimentos da Ocean Park Asset Management, em Santa Monica, Califórnia.

“Há muita incerteza quanto à política de Trump. Certamente, as demissões fazem parte disso, mas também a política comercial. Acho que tudo isso está trabalhando contra a confiança, forçando esse tipo de mentalidade de copo meio cheio a ficar em segundo plano e trazendo à tona um pouco da mentalidade de copo meio vazio, que vem e vai.”

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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