Zé Trovão vende sua sinistra mansão em SC. Por Altamiro Borges

Por Altamiro Borges

O site Metrópoles revelou na semana passada que o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) “colocou à venda, por R$ 2,2 milhões, uma mansão que possui em um condomínio de luxo na cidade Joinville (SC). Ele, inclusive, aparece como garoto-propaganda em um dos vídeos feitos pelo corretor responsável pela transação da casa”. Curiosamente, porém, o imóvel “não foi declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022, quando ele se elegeu deputado. Naquele ano, Zé Trovão informou à Justiça Eleitoral que não tinha ‘bens a declarar’”. Sinistro, muito sinistro!

O enriquecimento do ex-caminhoneiro, que se projetou por liderar bloqueios criminosos de rodovias em apoio à cruzada golpista de Jair Bolsonaro, ocorreu de forma vertiginosa e suspeita. O site lembra que a mansão foi comprada em 2024 por R$ 1,5 milhão. “Na ocasião, o parlamentar, que ganha R$ 46,3 mil brutos por mês, justificou que compraria o imóvel financiado e que dividira as parcelas com sua esposa, a assistente social Cris Oliveira”. O seu rendimento não era compatível com a compra.

A mansão está localizada no luxuoso residencial “Vila Montana”. Ela possui 190 metros quadrados de área construída, sendo três suítes. Para justificar a estranha transação, a defesa argumentou que “em virtude da forte crise econômica que assola o país, pela incompetência do Poder Executivo Federal no trato com o dinheiro público, o deputado federal Zé Trovão decidiu colocar o imóvel à venda, fato que não há nenhuma anormalidade ou dúvida quanto à licitude”. Será que alguém acredita na explicação?

Prisão, fuga e tornozeleira

O truculento bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, vulgo Zé Trovão, tem uma trajetória bem sinistra. Eleito deputado federal por Santa Catarina em outubro de 2022, ele compareceu à cerimônia de diplomação no Tribunal Regional Eleitoral usando tornozeleira eletrônica. Por sua participação em vários atos golpistas, ele teve a prisão decretada em setembro de 2021 por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Metido a valentão, o bolsonarista fugiu para o México. Ele só se entregou quando o STF concedeu o direito à prisão domiciliar. Em fevereiro de 2022, o ministro Alexandre de Moares revogou a prisão domiciliar, mas determinou o uso de tornozeleira eletrônica. Essa bondade judicial permitiu a eleição do famoso terrorista e sua exótica cerimônia de posse. Em curto espaço de tempo, o bolsonarista acumulou riqueza e comprou sua mansão – que agora está à venda.

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