Neurocirurgião explica como diferenciar Parkinson e Tremor

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Muitas vezes confundido com a Doença de Parkinson, o Tremor Essencial (TE) pode afetar pessoas de qualquer idade, embora sua incidência aumente com o envelhecimento. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% da população acima dos 65 anos apresenta essa condição, que acomete homens e mulheres de maneira igual.

Já a Doença de Parkinson atinge mais de 8,5 milhões de pessoas no mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) noticiados pela National Geographic Brasil, sendo a condição mais prevalente em idosos e homens.

O neurocirurgião com atuação  em doenças do movimento, Dr. Bruno Burjaili, explica as diferenças entre as duas condições. Segundo ele, o tremor característico da Doença de Parkinson ocorre em repouso, ou seja, quando o braço está apoiado e a pessoa não está focada nele, geralmente iniciando-se em um dos lados do corpo. Por outro lado, o Tremor Essencial manifesta-se durante a realização de um movimento, como ao pegar uma xícara de café ou manusear talheres, e também ao manter uma postura estática, como segurar um prato ao se servir.

“Além disso, é importante destacar que o Parkinson nem sempre se manifesta com tremores. Sintomas como rigidez, lentidão dos movimentos e alterações na marcha são bastante comuns”, pontua o especialista.

O médico acrescenta que as causas dessas doenças ainda não são totalmente compreendidas. No caso do Parkinson, a falta de dopamina em algumas regiões do cérebro tem um papel fundamental nos sintomas. Já no Tremor Essencial, oscilações espontâneas indesejadas ocorrem em circuitos cerebrais específicos.

Dr. Bruno Burjaili também destaca que um dos principais fatores de risco conhecidos para a Doença de Parkinson é a exposição a determinados pesticidas. “Estudos já identificaram uma maior incidência da doença em grupos populacionais mais expostos a essas substâncias”, acrescenta.

Tratamentos e impacto na qualidade de vida

Segundo o neurocirurgião, os tratamentos para ambas as doenças, no estágio inicial, são baseados em medicamentos que contribuem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e, em alguns casos, reduzem significativamente os sintomas.

No entanto, ele ressalta que “com o tempo, os sintomas podem se tornar mais intensos, e estratégias como a estimulação cerebral profunda (DBS, ou marca-passo cerebral) e o ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU) tornam-se opções com impacto positivo”.

O especialista alerta que a falta de tratamento adequado leva a um aumento progressivo das limitações na vida pessoal e profissional, resultando em desafios que poderiam ser minimizados com a aplicação das opções disponíveis na medicina.

Entre as possíveis consequências estão tremores mais intensos e frequentes, redução da agilidade nas atividades diárias, dificuldades para caminhar, rigidez muscular, dores, movimentos involuntários e uso excessivo de medicamentos. “O diagnóstico tardio ou incorreto é um dos principais fatores que contribuem para esse cenário”, ressalta.

O avanço das pesquisas tem possibilitado uma melhor qualidade de vida para pacientes com Parkinson e Tremor Essencial. Dr. Bruno Burjaili destaca as intervenções de alta precisão e tecnologia, como a estimulação cerebral profunda e o ultrassom focalizado de alta intensidade. “Essas técnicas têm transformado a vida de muitas pessoas que têm acesso a elas. Por isso, a informação e a correta indicação médica fazem toda a diferença”, finaliza.

Para mais informações, basta acessar: https://drbrunoburjaili.com.br

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