
Os restos mortais do primeiro prefeito eleito de Balneário Camboriú, Higino João Pio, serão trasladados de Itajaí para Balneário Camboriú, possivelmente no dia 20 de junho, data do aniversário da cidade
O traslado foi decidido em reunião realizada nesta segunda-feira, entre a prefeita Juliana Pavan; o filho do ex-prefeito, Júlio Cezar Pio, e o neto Julio Cesar Pio Júnior, além da vereadora Jade Martins Ribeiro, que vem atuando na restauração da verdade histórica, pois Higino Pio não se suicidou e sim foi morto por agentes da ditadura, num quartel da marinha em Florianópolis.
Na ocasião da morte, os militares comandaram as cerimônias fúnebres, realizadas em Balneário Camboriú, com caixão fechado e um cordão de isolamento que impediu até mesmo a viúva e os filhos de se aproximarem do corpo do ex-prefeito.
Higino Pio não pode ser sepultado no cemitério que construiu, no Bairro da Barra, pois os militares decidiram por Itajaí e o cortejo fúnebre foi dos maiores que a região já assistiu.
“O clima era de medo”, comentou com o Página 3 o historiador Nildo Teixeira de Melo Júnior, o Bola, que realizou extensa pesquisa sobre o assunto, para a série de livros que está publicando sobre a história de Balneário Camboriú.
Além de Higino Pio, serão trasladados os restos mortais da esposa Amélia Cherem Pio e do filho João Jorge (Joca) Pio.
O prefeito assassinado era inocente, ele foi denunciado por adversários políticos, uma situação típica em ditaduras.

Os inquisidores militares reviraram os arquivos da prefeitura e não encontraram nada que desabonasse sua vítima.