Isenção de IR, indústria nos EUA e conversa entre Trump-Putin: os destaques do dia

Declarações do Imposto de Renda na malha fina chegam a 1,47 milhão

No Brasil, às 8h desta terça-feira (18) será divulgado o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) referente a março, um indicador que mede a inflação sob a perspectiva de produtores e serve como referência para reajustes de contratos. Nos Estados Unidos, a partir das 9h30, serão publicados dados sobre o início de construções em fevereiro, que medem a atividade do setor imobiliário, e os preços de importados no mesmo mês, que ajudam a avaliar pressões inflacionárias.

Às 10h15, será divulgada a produção industrial de fevereiro, indicador que mede a atividade fabril do país. Por fim, às 17h30, serão conhecidos os estoques semanais de petróleo, que influenciam os preços do barril no mercado internacional. Esses dados serão acompanhados de perto por investidores e analistas, dada sua relevância para a avaliação do desempenho econômico de ambos os países.

O que vai mexer com o mercado nesta terça

Agenda

Às 10h, o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia seu primeiro dia reunião sobre política monetária.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia sua agenda com uma reunião às 9h com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 11h30, participa da reunião para o anúncio do envio do projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda ao Congresso Nacional, também no Palácio do Planalto. Às 13h30, Lula embarca na Base Aérea de Brasília com destino a Sorocaba. Às 15h30, visita a fábrica da Toyota.

Brasil

8h – IGP-10 (março)

EUA

9h30 – Início de construções (fevereiro)

9h30 – Preços de importados (fevereiro)

10h15 – Produção industrial (fevereiro)

17h30 – Estoques de petróleo (semanal)

Internacional

Telefonema

O presidente dos EUA, Donald Trump, informou que conversará nesta terça (18) de manhã com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O líder norte-americano expressou preocupação com o conflito entre Rússia e Ucrânia, classificando a situação como “não boa na Rússia e nem na Ucrânia”.

Consequências

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na segunda (17) que o Irã será responsabilizado por ataques dos houthis no Iêmen. Após bombardeios americanos a cidades controladas pelo grupo, os rebeldes lançaram mísseis e drones contra um porta-aviões dos EUA no mar Vermelho. Washington não confirmou os ataques, mas prometeu seguir com operações na região. A tensão ocorre em meio ao impasse nuclear entre EUA e Irã, após Teerã rejeitar negociações. A ONU pediu o fim das hostilidades, enquanto milhares protestaram contra os bombardeios americanos no Iêmen.

Sem manipulação

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, negou que seu governo esteja manipulando o iene para impulsionar exportações. “Não estamos manipulando taxas de câmbio”, afirmou nesta segunda (17). Ele defendeu a melhora na qualidade dos produtos japoneses como estratégia de fortalecimento. Donald Trump acusou o Japão de desvalorizar o iene para prejudicar fabricantes americanos e ameaçou tarifas. Ishiba e ministros rejeitaram a alegação, lembrando que o Japão já interveio no câmbio para conter a desvalorização da moeda, fator que encarece importações e afeta o consumo interno.

Economia

Isenção de IR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar, nesta terça-feira, 18, o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem recebe até R$ 5 mil por mês. A assinatura será em evento marcado para as 11h30 no Palácio do Planalto.

Renúncia fiscal

A Fazenda prevê uma renúncia de R$ 27 bilhões com a ampliação da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5.000, revisão que reduziu a previsão inicial de R$ 35 bilhões. Para compensar essa renúncia, o governo propõe a criação de um imposto mínimo de até 10% sobre rendas superiores a R$ 50 mil mensais. Haddad também destacou que Lula pediu a inclusão do CNPJ na proposta, considerando os valores pagos via empresas.

Super-ricos

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, articula um contra-ataque à medida do governo de isenção de Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil, focando em retirar qualquer iniciativa que sugira compensação financeira pela isenção por meio de taxação de ricos e super-ricos. A proposta do Ministério da Fazenda prevê cobrir a renúncia fiscal elevando impostos para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais, algo que a oposição não aceita. O PL quer que a compensação seja feita com corte de gastos, temendo que a falta de uma justificativa convincente gere uma reação negativa do mercado, com alta do dólar e queda da bolsa.

Vazamento Pix

O Banco Central informou nesta segunda-feira (17) o vazamento de dados de 25.349 chaves Pix da fintech QI SCD. O incidente ocorreu entre 23 de fevereiro e 6 de março devido a falhas nos sistemas da instituição. Dados como nome, CPF com máscara, banco, agência e conta foram expostos, mas senhas e movimentações financeiras não foram comprometidas. A QI SCD afirmou ter corrigido a falha e reforçado medidas de segurança. O BC notificará os afetados apenas via app ou internet banking. Medidas sancionatórias serão aplicadas conforme a regulação.

Ampliação

Bancos públicos querem ampliar o limite de crédito para estados e municípios, em meio à forte expansão desses empréstimos no governo Lula. A Caixa já se aproxima do teto de 45% do patrimônio de referência estabelecido pelo CMN. A ABDE negocia a flexibilização da regra com Fazenda, BC e Planejamento. O objetivo é permitir mais financiamentos, especialmente para pequenos municípios. O mercado vê a medida com cautela, temendo maior exposição dos bancos a um mesmo perfil de cliente. Em dois anos, a atual gestão já liberou cerca de R$ 100 bilhões em crédito para entes públicos.

ICMS sobre alimentos

Nove estados estudam reduzir o ICMS sobre alimentos da cesta básica para conter preços, após pedidos do governo federal. Outras sete unidades, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, descartam a medida, alegando já oferecer isenções. Especialistas ouvidos pela CNN apontam que o trâmite via Confaz não é complexo, mas pode impactar a arrecadação estadual. O Mato Grosso defende que a redução teria pouco efeito nos preços e cobra cortes no IR e CSLL. A Abras argumenta que a medida seria mais eficaz que a isenção do imposto de importação. Atualmente, frutas, legumes e ovos já são isentos em muitos estados, enquanto laticínios enfrentam alíquotas mais altas. O governo Lula busca alternativas para aliviar o custo dos alimentos, mas a renúncia fiscal pode pressionar as contas públicas.

Déficit primário

A Consultoria de Orçamento da Câmara (Conof) estimou um déficit primário de R$ 31,7 bilhões para o governo federal em fevereiro, resultado de R$ 142,3 bilhões em receitas líquidas e R$ 174 bilhões em despesas. O déficit seria maior sem a redução atípica de precatórios, e os gastos cresceriam mais caso o orçamento de 2025 estivesse aprovado. As receitas administradas subiram 1,3% em termos reais, enquanto as não administradas caíram 10,3%. Entre os impostos, houve alta na arrecadação de IOF, IPI e imposto de importação, mas queda no IR e CSLL. Benefícios previdenciários e assistenciais também cresceram, pressionando as contas públicas.

Dívidas

O Tesouro Nacional informou que pagou R$ 1,33 bilhão em dívidas garantidas de Estados em fevereiro, com Minas Gerais liderando (R$ 854,03 milhões), seguido por Rio de Janeiro (R$ 319,76 milhões), Goiás (R$ 75,94 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 72,95 milhões). No ano, a União já honrou R$ 1,88 bilhão. Desde 2016, foram pagos R$ 77,32 bilhões, mas apenas R$ 5,68 bilhões foram recuperados. A maioria das garantias não recuperadas vem de Estados no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), além de compensações do ICMS e decisões judiciais impeditivas.

Carne bovina

As exportações de carne bovina do Brasil caíram 6% em volume em fevereiro, somando 217.108 toneladas, mas o faturamento aumentou 12,6%, alcançando US$ 1,038 bilhão, devido aos preços mais altos. No primeiro bimestre de 2025, as exportações totalizaram 456.146 toneladas, uma redução de 2%, mas a receita cresceu 12%, atingindo US$ 2,066 bilhões. A China, principal destino, importou 183.800 toneladas (-5,3%), gerando US$ 895,9 milhões (+4,5%). Os Estados Unidos, o segundo maior comprador, reduziram as importações em 12,1%, totalizando 89.003 toneladas e gerando receita de US$ 258,2 milhões (+10,9%).

Política

Redução do prazo de inelegibilidade

O Plenário do Senado pode votar hoje (18) a redução dos prazos de inelegibilidade para políticos condenados. É o que prevê o projeto de lei complementar (PLP) 192/2023, que está na pauta do Plenário. O projeto de lei complementar altera o início da contagem do prazo e a duração da inelegibilidade por crimes que tenham como consequência a proibição de disputar eleições.

Não quer

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) descartou a proposta de Lula para assumir um ministério. Durante almoço no Palácio da Alvorada, Pacheco afirmou que deseja continuar no Senado para apoiar o governo e trabalhar em projetos importantes, como a atualização do Código Civil. Lula respeitou sua decisão e ainda expressou interesse em vê-lo como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, com apoio petista. Pacheco, no entanto, resiste à ideia e ainda não decidiu se disputará algum cargo em 2026. A reforma ministerial de Lula segue sem definição.

Deu razão

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, defendeu a fala de Lula sobre a inflação de alimentos, afirmando que o presidente estava correto ao sugerir que os consumidores evitem produtos caros para pressionar os preços para baixo. Fraga reconheceu que a inflação de alimentos é influenciada por fatores externos como câmbio e clima. O economista também criticou o terceiro mandato de Lula, mencionando que a situação econômica atual é mais difícil devido à falta de controle no Congresso e à escassez de ideias. Ele ainda se mostrou preocupado com a economia global, especialmente com as políticas de taxação do governo Trump.

Impedimento

O PSOL entrou com um pedido no STF para impedir que o Congresso avance com pautas que contrariem decisões da corte. A manifestação se concentra em duas iniciativas: uma resolução que permite manter o anonimato dos autores das emendas parlamentares de comissão e um projeto que visa desbloquear bilhões de reais em emendas.

Medidas

O Ministério da Justiça está preparando um pacote de medidas para combater o crime organizado, incluindo a inclusão de criptomoedas e ouro na legislação sobre lavagem de dinheiro, a criação de uma “Lei Antimáfia” e o aumento da pena para receptação. A proposta visa reduzir roubos de cargas e furtos de celulares. O governo também trabalha na PEC da Segurança Pública, que será enviada ao Congresso, com a articulação de Gleisi Hoffmann. Ambas as propostas visam melhorar a segurança e combater o crime organizado de forma mais eficaz.

Sem bate-boca

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pediu aos deputados que evitem confusões e bate-boca durante a sessão solene em homenagem aos 40 anos da redemocratização, marcada para quarta-feira (19). Motta destacou que não tolerará insultos e apelou por civilidade, lembrando que o evento contará com a presença de autoridades, incluindo o presidente do STF, Luís Roberto Barroso.

Etanol

O governo federal planeja aumentar, ainda em 2025, o percentual de etanol na gasolina de 27% para 30%. O Ministério de Minas e Energia já deu o primeiro passo, apresentando um estudo do Instituto Mauá de Tecnologia que comprova a viabilidade técnica da mudança sem danos aos motores. O ministro Alexandre Silveira afirmou que o E-30 é seguro e que a proposta será levada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A medida visa baratear o preço da gasolina, já que o etanol é mais barato que a gasolina pura.

(Com Reuters e Estadão)

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