Anac identificou falhas nas operações de segurança da Voepass

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) identificou uma degradação nos sistemas de segurança da companhia aérea Voepass, durante uma operação assistida realizada em fevereiro de 2025. A informação foi revelada pelo diretor-presidente da Anac, Roberto José Silveira Honorato, em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira (18).

A constatação das falhas motivou a suspensão das operações da empresa na semana passada.

Honorato explicou que, após o acidente aéreo que vitimou 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, em agosto de 2024, a agência decidiu realizar uma operação assistida, enviando especialistas para monitorar a rotina da empresa. A operação foi iniciada em setembro de 2024.

O objetivo da operação assistida foi observar a reação da Voepass após o trágico acidente. Durante a análise, a Anac recomendou mudanças, incluindo um maior tempo de solo para as aeronaves da empresa e a disponibilização de três aeronaves reservas.

Além disso, foram sugeridas a redução de rotas e a troca de algumas pessoas na organização da companhia. “A regulação identificou cargos na empresa que precisavam ser apresentados à Anac, e alguns funcionários nós recomendados que fossem substituídos”, afirmou Honorato.

Em fevereiro de 2025, uma nova operação assistida foi realizada para avaliar a evolução das mudanças implementadas pela Voepass. No entanto, a Anac constatou que diversas determinações não haviam sido cumpridas, revelando uma deterioração nos sistemas de segurança da empresa.

“Na segunda operação, encontramos uma degradação nos sistemas de segurança que havíamos identificado anteriormente. Algumas das medidas cautelares não estavam sendo atendidas”, disse Honorato. Ele destacou que a degradação do sistema de gestão da empresa resultou em uma quebra de confiança da Anac, que espera que a companhia funcione como um “cão de guarda”, monitorando continuamente a operação e identificando deficiências.

Honorato explicou que, apesar de todas as aeronaves e pilotos possuírem licenças válidas, a falha no sistema de gestão foi o fator chave para a suspensão das operações. O diretor também apontou que não houve um fator único para a decisão, mas uma combinação de medidas não cumpridas que comprometeram a confiança da agência.

Após o acidente, surgiram várias denúncias relacionadas à operação da Voepass. Bruno Diniz Del Bel, superintendente de padrões operacionais da Anac, informou que a agência já tinha conhecimento das denúncias, mas que a empresa inicialmente demonstrava capacidade para resolvê-las. No entanto, ele ressaltou que a degradação nos sistemas foi observada de outubro de 2024 até a nova operação assistida em fevereiro de 2025.

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