PGR mantém acusação contra Filipe Martins e mais 5 por tentativa de golpe

O então presidente Jair Bolsonaro e seu ex-assessor Filipe G. Martins, cuja acusação por golpismo foi mantida pela PGR. Foto: Reprodução

A Procuradoria-Geral da República (PGR) manteve, nesta terça-feira (18), a denúncia contra seis acusados de tentativa de golpe de Estado, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. O grupo, parte do que é chamado de “núcleo 2”, teria sido responsável por coordenar as operações de um plano golpista envolvendo 34 pessoas, incluindo o ex-presidente.

Os seis denunciados integram um dos núcleos principais responsáveis pela implementação do golpe, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Entre os acusados estão Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro, e Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e coronel do Exército.

Além de Mario Fernandes, general da reserva e ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Marília Ferreira de Alencar, delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal e ex-secretário-executivo da SSP.

O núcleo 2 foi descrito pela PGR como responsável por gerenciar as operações de uma tentativa de golpe coordenada por diversas figuras-chave. A denúncia detalha que Filipe Martins teve um papel fundamental na elaboração da chamada “minuta golpista”, que foi apresentada aos altos escalões das Forças Armadas em 7 de dezembro de 2022.

Marcelo Costa Câmara e Mario Fernandes foram apontados como responsáveis pela coordenação das ações de monitoramento de autoridades públicas e pelo envolvimento com manifestantes acampados em quartéis no final de 2022.

Além disso, Silvinei Vasques, Marília Ferreira de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira teriam coordenado ações de blitzes para impedir eleitores de Lula de chegar às urnas no segundo turno das eleições. Este é o terceiro posicionamento do procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, em relação às defesas dos denunciados.

Paulo Gonet, procurador-geral da República. Foto: Divulgação

Na segunda-feira (17), a PGR reforçou a denúncia contra o núcleo 3, composto por militares e policiais, que também seria responsável pela execução das ações do golpe. Já na quinta-feira (13), a Procuradoria refutou os argumentos das defesas de Bolsonaro e outros sete acusados no núcleo 1, considerado o grupo “crucial” para o plano de golpe.

Ainda esta semana, a PGR deverá se manifestar se mantém a denúncia contra os integrantes do núcleo 4, que seriam responsáveis pela disseminação de desinformação e ataques virtuais para causar uma “ruptura institucional”. Este núcleo envolvia oito pessoas, cujas ações, segundo a PGR, visavam minar a democracia por meio de ataques e manipulação de informações.

A PGR acusou os 34 denunciados de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e outros crimes graves, como a tentativa de assassinato de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes, e a morte do presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

O processo está em andamento, e a Procuradoria continua a investigar as operações do grupo, que envolvem também danos qualificados e deterioração de patrimônio tombado. Esta ação da PGR é um reflexo da continuidade das investigações sobre os acontecimentos que culminaram nos atos golpistas após as eleições de 2022.

A denúncia do núcleo 2 reforça a gravidade dos planos arquitetados por membros do governo anterior e de aliados, com o objetivo de subverter a ordem democrática e manter Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas urnas.

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