Lula inaugura maior hospital do Ceará, com 652 leitos e foco em alta complexidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugura nesta quarta-feira (19) o Hospital Universitário do Ceará, no campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece), em Fortaleza. A unidade, que começa a funcionar na quinta-feira (20), será a maior e mais complexa da rede estadual de saúde, com capacidade para 652 leitos, incluindo UTIs e leitos de quimioterapia.

A expectativa é de que o hospital atenda pacientes de todo o estado, com foco em especialidades como hematologia, oncologia, urologia, cirurgia vascular e tratamento de cabeça e pescoço.

O novo equipamento, que ocupa uma área de 78,6 mil m² e possui três torres de sete andares, começará a operar com 30% de sua capacidade, oferecendo 159 leitos. A previsão é que funcione em plena capacidade até dezembro de 2025. O hospital não terá emergência e será “porta fechada”, ou seja, receberá pacientes encaminhados por regulação de outras unidades de saúde.

“Pela dimensão, ele (Hospital Universitário) tem a possibilidade de atender pacientes de todo o Estado. Mas, na gestão do governador Elmano, foram abertos dois serviços muito grandes no interior do Estado, que foi o serviço de oncologia e politraumatologia no Sertão Central e no Vale do Jaguaribe. Então, a gente está atendendo a população daquelas regiões naqueles espaços”, explicou Tânia Coelho, secretária da Saúde do Ceará, ao Diário do Nordeste.

O custo mensal do hospital está estimado em R$ 196 milhões ao ano, valor que será bancado pelo governo estadual, embora haja um pleito por auxílio federal.

A gestão da unidade ficará a cargo do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), uma organização social que já administra outras unidades da rede estadual, como o Hospital Leonardo da Vinci e hospitais regionais no Cariri, Norte, Sertão Central e Vale do Jaguaribe. O contrato com o ISGH terá duração de 13 meses, com possibilidade de renovação.

“Essa organização tem experiência nos nossos hospitais regionais. Fizemos um pacote de metas, tanto qualitativas, quanto quantitativas, e a gente vai avaliar como vai ser essa gestão deste hospital”, afirmou Tânia.

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) terá um papel central no novo hospital, especialmente na área de ensino, pesquisa e inovação em saúde. O reitor da Uece, Hidelbrando Soares, destacou que a instituição já possui uma base consolidada de programas de pós-graduação na área da saúde e que os esforços serão direcionados para melhorar a qualidade da assistência e atrair investimentos em tecnologia e economia da saúde para o Ceará.

“Sobre as residências, elas estão abrigadas na Diretoria, tanto as geridas pela Escola de Saúde Pública do Estado, quanto as vinculadas diretamente à Uece. No campo das pesquisas, os esforços serão direcionados para a maior qualidade na assistência, na geração de novas tecnologias e atração de investimentos na economia da saúde para o Ceará”, explicou o reitor.

A cerimônia de inauguração contará com a presença do presidente Lula, do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e do reitor da Uece, Hidelbrando Soares, além de outras autoridades.

A expectativa é que o hospital ajude a reduzir a demanda por leitos de alta complexidade no estado, especialmente em Fortaleza, onde estão concentrados 10 dos 14 hospitais da rede estadual.

“É importante que a população entenda que, os pacientes que vão se internar, alguns vão precisar ter acompanhamento ambulatorial e precisarão ser encaminhados para o segmento ambulatorial após o internamento. Vamos ver na fila de regulação pacientes de ginecologia, da urologia, para a gente já começar também o atendimento ambulatorial”, afirmou Tânia Coelho.

A inauguração do Hospital Universitário do Ceará ocorre quase seis anos após o anúncio do projeto, em janeiro de 2021, durante a gestão do então governador Camilo Santana. A estrutura foi concluída em outubro de 2023, mas a abertura gradual do hospital tem sido alvo de críticas, especialmente porque outras unidades da rede estadual ainda não operam em plena capacidade.

A secretária da Saúde, no entanto, destacou que apenas o Hospital do Vale do Jaguaribe está com 90% de sua capacidade operacional, enquanto os demais já funcionam a 100%. “Os serviços que estamos abrindo agora são os que a gente visualizou como sendo o de maior necessidade pela população”, afirmou.

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