Vibe coding: 10 devs valerão por 100, prevê CEO da Y Combinator

O Vale do Silício tem um novo termo da moda: vibe coding. Descrito por Andrej Karpathy, cofundador da OpenAI, o conceito incentiva o uso de IA no desenvolvimento de software. Para Garry Tan, CEO da Y Combinator, a ideia vai permitir que startups criem projetos contratando menos desenvolvedores.

A Y Combinator é uma aceleradora de startups, isto é, uma companhia que investe em negócios de tecnologia recém-criados ou em estágio inicial de consolidação. Garry Tan fala com a propriedade de quem conhece bem os desafios que essas empresas enfrentam, portanto.

Na visão de Tan, o vibe coding pode ajudar as startups a lidarem com um desses desafios: a necessidade de contratar grandes equipes de engenheiros ou desenvolvedores de software.

Isso porque, no vibe coding, ferramentas de IA generativa focadas em desenvolvimento fazem todo ou boa parte do trabalho de codificação de software. À CNBC, Tan não escondeu a empolgação com a ideia, dando também a entender que a IA pode até corrigir códigos feitos por ela mesma:

Você pode simplesmente falar com modelos de linguagem de larga escala e eles codificarão aplicativos inteiros.

(…) Você não precisa contratar alguém para fazer isso [corrigir código], você apenas fala diretamente com o modelo de linguagem de larga escala que o escreveu e ele fará a correção para você.

Garry Tan, CEO da Y Combinator

Ainda no entendimento de Tan, o Vibe Coding pode contribuir para que startups tenham faturamento na casa dos milhões de dólares, mesmo contando com times enxutos de desenvolvimento:

O mais incrível é que as pessoas estão obtendo de US$ 1 milhão a US$ 10 milhões de dólares por ano em receita com menos de dez pessoas [funcionários], e isso realmente nunca aconteceu antes com negócios em estágio inicial.

Garry Tan, CEO da Y Combinator

Nesse sentido, o executivo destaca que, com a inteligência artificial impulsionada pelo vibe coding, trabalhos que exigiriam o envolvimento de 50 ou 100 engenheiros poderão ser realizados por uma equipe com apenas dez pessoas.

Resta saber o impacto de tudo isso sobre o mercado de trabalho.

O que é o conceito de vibe coding?

Em fevereiro de 2025, Andrej Karpathy, um dos fundadores da OpenAI, cunhou o termo “vibe coding” no X para descrever o uso de modelos de linguagem de larga escala (LLM) no desenvolvimento de software, de modo que o programador tenha que usar apenas linguagem natural em vez de linguagem de programação para isso.

Em uma aplicação web, por exemplo, o desenvolvedor pode simplesmente dar ao LLM instruções como “desenvolva um formulário que permita ao cliente entrar em contato informando nome completo, número de telefone, endereço de e-mail e descrição do problema”.

Para Karpathy, o uso da inteligência artificial para esse fim já é viável, pois os LLMs focados em desenvolvimento estão ficando “muito bons” nesse trabalho.

Pelo menos até certo ponto, esse tipo de atividade já pode ser executado por ferramentas como GitHub Copilot e Cursor Composer. Mas a ideia do vibe coding é tornar essa prática mais disseminada, de modo a ser implementada em fluxos inteiros de trabalho.

O conceito não é perfeito. O próprio Karpathy reconhece que LLMs podem não ser capazes de corrigir determinados bugs. É necessário considerar também que humanos são melhores em otimizar código, que é um princípio que deve ser seguido em todo projeto de software. Não chegou a hora de a IA substituir desenvolvedores humanos, portanto. Não de modo tão amplo.

Considerando as desvantagens, confiar inteiramente no vibe coding pode ser arriscado no atual estágio, por mais que Garry Tan esteja empolgado com a ideia.

Com informações de Business Insider

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