A estratégia de Bolsonaro para evitar fracasso de público em ato na Paulista (SP)

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante ato na Paulista. Foto: reprodução

Após a baixa adesão ao ato pró-anistia realizado no último domingo (16) na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o alto comando bolsonarista está concentrando esforços para garantir o sucesso da próxima manifestação, marcada para o dia 6 de abril na Avenida Paulista, em São Paulo. A avaliação interna é que, agora, “é tudo ou nada”, como afirmou um assessor de Jair Bolsonaro (PL) a Lauro Jardim, do Globo.

O objetivo do ato é o mesmo do protesto no Rio: lotar as ruas, demonstrar força e capacidade de mobilização, além de pressionar deputados a acelerar a tramitação do projeto de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro e influenciar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que já devem estar julgando processos envolvendo o ex-presidente.

Uma das estratégias em discussão é ampliar o apelo do ato, incluindo pautas de maior interesse popular, como críticas ao governo Lula (PT) e ataques aos preços dos alimentos. A ideia é atrair um público além da militância bolsonarista tradicional, mas a proposta ainda está sendo debatida internamente.

Outra aposta é o papel de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que está nos Estados Unidos e se autodenomina em “autoexílio”.

Bolsonaro ao lado de Tarcísio de Freitas durante manifestação. Foto: reprodução

Desde que anunciou sua decisão de permanecer no exterior, na última terça-feira (18), Eduardo tem usado suas redes sociais e entrevistas para criticar o ministro do STF Alexandre de Moraes e promover a causa bolsonarista junto a aliados do Partido Republicano dos EUA, incluindo o ex-presidente Donald Trump.

A expectativa é que as ações de Eduardo ajudem a mobilizar a militância de extrema-direita e evitem um novo fracasso como o registrado em Copacabana.

Segundo dados do grupo de pesquisa Monitor do debate político, vinculado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento da Universidade de São Paulo (USP), o ato no Rio reuniu apenas 18,3 mil pessoas, número bem abaixo dos 32,7 mil presentes em um protesto semelhante realizado no mesmo local em abril de 2023.

A pressão por uma mobilização expressiva na Avenida Paulista é ainda maior, especialmente após o sucesso de um protesto pela anistia realizado em São Paulo em fevereiro de 2023, que reuniu 185 mil pessoas, segundo a USP. Para repetir o feito, aliados de Bolsonaro esperam que as lives e entrevistas de Eduardo nos EUA sirvam de combustível para atrair mais apoiadores.

No entanto, o desafio é grande. O ato em Copacabana, apesar da intensa convocação nas redes sociais e da presença de Jair Bolsonaro, foi considerado um fiasco por parte da militância e aliados. O ex-presidente chegou a mencionar a expectativa de “1 milhão nas ruas” antes do evento, o que tornou o resultado ainda mais decepcionante.

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